SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Criticado por decisão polêmica durante a luta que eliminou a brasileira Maria Portela das Olimpíadas, o juiz mexicano Everardo García ministrou em dezembro do ano passado um curso de arbitragem para judocas brasileiros a convite da CBJ (Confederação Brasileira de Judô).
Mais cedo, Portela foi derrotada na luta mais longa dos Jogos de Tóquio, de 14 minutos e 58 segundos, por cometer três advertências diante da russa Madina Taimazova. A eliminação provocou indignação de torcedores e de parte da comunidade do judô que criticaram a arbitragem do mexicano por não pontuar uma queda a favor da brasileira durante o ponto de ouro.
No ano passado, a CBJ afirmou em nota que trouxe Everardo García para o Brasil com o objetivo de auxiliar atletas na preparação para Tóquio-2020. À época, a confederação disse que o saldo foi “bastante positivo”.
“O estudo da regra do judô, em constante atualização, também faz parte da preparação do atleta de alto rendimento. Foi com essa mentalidade que a seleção brasileira de judô recebeu, na concentração, em Pindamonhangaba, o árbitro mexicano Everardo García”, diz trecho de nota publicada no site da CBJ.
Na atividade com a presença do mexicano, os atletas avaliaram situações de luta em enquetes virtuais, como se estivessem arbitrando lutas. Em seguida, foram exibidos gráficos com as respostas dos judocas e, por fim, o árbitro convidado interpretou os lances, esclarecendo dúvidas em relação à regra.
“Ele deu informações importantes, principalmente, no tocante ao shido [punição], ao ataque falho, ataque falso, saída de área, de que maneira a atleta pode ter uma estratégia melhor no momento decisivo das lutas”, avaliou à época o técnico Mario Tsutsui ao site da confederação.