SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – A segunda metade do campeonato da Fórmula 1 começa com o GP da Bélgica neste fim de semana e uma preocupação em comum para pilotos que estão disputando todas as frentes, desde o título até as posições mais intermediárias: as punições por troca de motor. A dupla da vice-líder Red Bull está pendurada, assim como os dois pilotos da Ferrari, Sebastian Vettel, o vencedor da última prova Esteban Ocon, e George Russell.
Todos eles ou estão indo neste fim de semana para o terceiro e último motor que podem utilizar na temporada antes de receberem punições, ou já estão usando-o há algumas provas. No caso da Red Bull e de Charles Leclerc, este é um assunto até mais delicado porque as unidades de potência foram danificadas em acidentes nas duas últimas provas, e não por falhas do equipamento.
Saber o número de corridas restantes e onde a F1 correrá é importante para o planejamento das equipes. Este é um dos motivos, inclusive, pelos quais os times pressionam a categoria para uma decisão rápida sobre o restante do calendário, algo que é esperado para os próximos dias e depende diretamente do anúncio do governo britânico de onde sai a grande maioria dos profissionais da categoria sobre as restrições de viagem que estarão em vigor a partir de setembro.
Este anúncio deve acontecer nesta quinta-feira (26). A F1 tem duas datas em aberto no momento, a vaga deixada pelo GP do Japão no início de outubro e pelo GP da Austrália no final de novembro. As restrições britânicas afetam as etapas de Turquia, México e Brasil e, além disso, a categoria está atenta à piora da situação do Texas. O campeonato não deve ter as 23 corridas previstas, mas pelo menos uma das duas datas deve ser reposta provavelmente, por uma etapa nova, no Qatar.
A Red Bull já confirmou, devido à unidade de potência que Verstappen perdeu no acidente de Silverstone, que eles nem precisam de qualquer confirmação do calendário para saberem que dificilmente escapam de punições. As regras da F1 dividem a unidade de potência em sete elementos, sendo que para os principais (o motor a combustão em si, os sistemas de recuperação de energia e o turbocompressor) são permitidas três unidades por ano para cada piloto. Se ele precisar de uma quarta de qualquer um deles, perde 10 posições no grid. Essas punições vão se somando e, se o piloto precisar trocar dois elementos de uma vez, larga do fundo do grid.
É por isso que as equipes preferem trocar a unidade de potência inteira de uma vez, já sabendo que largarão em último de qualquer maneira. E quando sabem que os motores que têm à disposição não serão suficientes para chegar até o fim da temporada, escolhem alguma pista em que é menos difícil ultrapassar para fazer a troca, e nas próximas etapas há duas boas oportunidades de fazer isso, em Spa e em Monza.
No caso de Leclerc, ele vai usar seu terceiro motor em Spa, mas a Ferrari tem uma nova especificação para estrear mais adiante na temporada, o que significa que ele usará uma quarta unidade. Seu companheiro, Carlos Sainz, já está na terceira unidade e também será punido quando estrear a atualização.
Devido a um problema que teve no GP da Estíria, que inclusive lhe tirou uma boa chance de pontuar com a Williams, Russell está no terceiro motor há algum tempo, assim como Vettel e Ocon. E, no caso de Perez, a Red Bull acredita que sua unidade de potência não poderá mais ser utilizada depois que perdeu toda a água no toque com Valtteri Bottas na Hungria.
As únicas punições confirmadas até agora, já para o GP da Bélgica, no entanto, são dos pilotos que causaram os danos nos motores de Perez e Leclerc: Bottas e Lance Stroll vão largar cinco posições atrás das que conquistarem na classificação deste sábado.