O presidente da Fifa, Gianni Infantino, afirmou nesta quinta-feira que a entidade nunca propôs a realização de uma Copa do Mundo a cada dois anos. A declaração foi feita durante um discurso na tribuna do congresso anual da federação, em Doha, no Catar. Segundo ele, apenas um estudo de “viabilidade” foi feito.
“Deixe-me ser muito claro: a Fifa nunca propôs uma Copa do Mundo bienal”, disse Infantino. “O último Congresso da Fifa (em 2021) encarregou a administração de estudar a viabilidade de uma Copa do Mundo por meio de uma votação em que 88% dos eleitores votaram a favor”, lembrou.
A ideia de diminuir o período entre os Mundiais começou a ser ventilada em março de 2021. O projeto é encabeçado pelo ex-treinador francês Arsène Wenger, atual diretor de desenvolvimento da entidade. A proposta tem o apoio de Gianni Infantino, mas esbarra na grande rejeição das federações, sendo deixada fora da pauta do congresso nesta quinta.
“A Fifa não propôs absolutamente nada. Chegou à conclusão de que é viável e que teria repercussões, um impacto. A fase posterior é de consulta, discussão, acordo e compromissos”, declarou.
Um dos motivos citados por membros da Fifa para a mudança seria um aumento significativo nas receitas de cada uma das federações. Anteriormente, a entidade havia garantido o apoio de África e da Ásia, mas tem como principal empecilho a oposição da Conmebol e da Uefa.
Apesar do recuo no discurso da Copa bienal, a Fifa garante que está aberta para discutir possíveis reformas no calendário internacional a partir de 2024. Nos bastidores, o retorno da Copa das Confederações – encerrada em 2019 – é especulado. Uma outra alternativa seria a participação das seleções sul-americanas na Liga das Nações da Uefa, criada em 2018.
“É preciso debater para encontrar o que é mais adequado para todos. Os grandes devem ser maiores e os pequenos também devem se beneficiar disso. Então, obrigado a todos pelas contribuições”, disse Infantino.