Na vitória de 3 a 0 do Barcelona sobre o Levante pelo Campeonato Espanhol, o terceiro gol foi marcado pelo jovem espanhol Ansu Fati, de apenas 18 anos. Retornando de uma lesão no joelho que o deixou afastado desde novembro de 2020, o atacante nascido em Guiné-Bissau é visto como um jogador de muito talento e potencial. A partir desta temporada, ele tem uma grande responsabilidade: vestir a camisa 10 que foi de Messi e Ronaldinho Gaúcho.
A pressão para ser grande no futebol já é comum para Ansu Fati, que, em 2019, aos 16 anos e 298 dias, ultrapassou o argentino do Paris Saint-Germain e se tornou o segundo jogador mais jovem a entrar em campo com a camisa do Barcelona. O primeiro é Vincent Martínez, lateral que fez sua estreia aos 16 anos e 280 dias. Menos de uma semana após a primeira experiência no profissional, o espanhol-guineense marcou seu primeiro gol pela equipe catalã e estabeleceu outro recorde: o de artilheiro mais jovem do clube. Fati também é o terceiro mais jovem da história do Campeonato Espanhol.
São poucos os atletas que suportam o peso de assumir a camisa de dois dos mais brilhantes jogadores de futebol que o mundo já viu. No entanto, o atacante da seleção espanhola está preparado e reconhece o tamanho da tarefa que tem. “Se você está no Barça, tem que estar preparado para tudo. O número 10 é mais uma pressão, mas estar no Barça já é pressão. Mas você tem que assumir”, disse em entrevista.
A relação com a bola vem de família. Seu pai, Bori Fati, jogou na segunda divisão de Portugal e no Deportivo Herrera, clube da região de Sevilha. Foi por lá, na Andaluzia, que o menino deu seus primeiros passos no futebol ao lado dos irmãos Braima e Miguel. Aos nove anos, Ansu Fati já fazia parte das divisões de base do Sevilla, mas foi deixado no banco de reservas por um ano.
Então, Real Madrid e Barcelona iniciaram uma disputa para ver quem ficava com a jovem promessa. Embora tenham oferecido condições melhores, o Madrid foi preterido pela família Fati, que escolheu o Barcelona graças ao poder de convencimento de Albert Puig, ex-diretor de La Masia, a categoria de base do time catalão.
Sete anos mais tarde, o menino realizou seu sonho de infância e é um dos principais nomes da equipe principal, que tenta recolher os cacos após a saída do maior ídolo para a França. No mesmo ano da estreia, a Federação Espanhola de Futebol demonstrou interesse em contar com o jogador na seleção nacional. Como não atuou em nenhuma categoria de Guiné-Bissau, Ansu Fati acabou se naturalizando espanhol em setembro de 2019 e foi convocado pela primeira vez por Luis Enrique no mês seguinte.
Com a “benção” de Messi, Ansu Fati espera deixar o período que ficou fora dos gramados para trás e ajudar o Barcelona a se encontrar novamente. Seguir os passos do argentino não é fácil. Mas enquanto estiveram juntos, ele aproveitou para pegar um pouco da sabedoria do gênio. “Que conselho ele me deu? Tento transmitir a mesma humildade que ele. Apesar de tudo o que já fez, ele é um homem muito simples, e o conselho que dá é sempre sobre como manter os pés no chão”, afirmou ao canal do clube.