Clubes das Séries A e B do Campeonato Brasileiro se reuniram nesta sexta-feira para traçar exigências para a assinatura da criação da Liga Brasileira de futebol, batizada como Libra. A contraproposta pede uma divisão mais equilibrada das receitas, baseada em critérios mais objetivos.
Originalmente, Palmeiras, Corinthians, Flamengo, São Paulo, Santos, Red Bull Bragantino, Cruzeiro e Ponte Preta assinaram um estatuto que prevê divisão igualitária de 40% das receitas, 30% por desempenho e 30% por critérios de audiência, que incluem assinaturas de pay-per-view e interação em redes sociais, tópicos identificados pelo grupo “Forte Futebol” como de difícil aferição.
“Entre os assuntos debatidos, o mais relevante foi a divisão de receitas de forma que contribua de fato para o aprimoramento da competição, tornando menos desiguais as condições de competitividade atuais. Os termos aceitos em São Paulo por outros 6 clubes perpetuam o abismo que existe hoje, ao manterem a parte igualitária das receitas em 40%, enquanto nos campeonatos mais bem-sucedidos este porcentual pode chegar a 68% somando todos os direitos domésticos, internacionais e de marketing, caso da Premier League (liga do Campeonato Inglês), por exemplo”, diz o comunicado do grupo.
“Não é aceitável que haja clubes ganhando 6 vezes mais do que outros, enquanto nas melhores ligas do mundo essa diferença não ultrapassa 3,5 vezes”, completou o grupo, nas redes sociais dos clubes, que reforçaram a necessidade de instituir critérios técnicos mais confiáveis para determinar a divisão das receitas oriundas da audiência.
Eles pediram maior objetividade na avaliação dos critérios de redes sociais na divisão dos recursos. “Outro ponto a ser aprimorado é a adoção de premissas que não privilegiem pilares de difícil aferição, em especial ao que tange a engajamento. Tais critérios, na visão da maioria dos clubes que participaram da reunião, apenas perpetuam a posição de superioridade de alguns sobre outros, não dando a oportunidade de maior equilíbrio dos campeonatos.”
No dia 12, todos os clubes das Séries A e B voltarão a se encontrar na sede da CBF, no Rio de Janeiro, para concretizar a criação da Libra. Até agora, somente oito clubes assinaram o documento. Os demais 32 clubes, entre eles Athletico-PR, Cuiabá, Fluminense e Atlético Goianiense, prometem insistir em um repartição de receitas mais igualitária e instituir um limite de diferença entre quem ganha mais e quem ganha menos.
Uma parte desses clubes entende que uma divisão igualitária de 50% das receitas seria o ideal para não permitir que haja distâncias maiores entre os times.