SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Está em andamento uma investigação criminal sobre atos praticados pelo presidente da CBF (Confederação Brasileira de Futebol), Rogério Caboclo. Acusado de assédio sexual e moral por uma funcionária da entidade, ele foi afastado do cargo e agora é alvo de inquérito conduzido pelo Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ).
A funcionária já foi ouvida nessa investigação. De acordo com o site ge.globo, ela prestou depoimento de quatro horas na última sexta-feira (2). Ainda serão interrogados outros funcionários e também diretores da confederação.
O caso corre em sigilo, mas a existência da investigação criminal foi citada pela própria diretoria da CBF, comandada interinamente por Antônio Carlos Nunes, como justificativa para manter Caboclo afastado. O inquérito se junta a outro, conduzido pelo Ministério Público do Trabalho do Rio (MPT-RJ) desde o mês passado.
Existe ainda uma investigação interna da confederação, levada por seu conselho de ética. Os depoimentos colhidos nessa apuração têm sido divididos com o Ministério Público, que se concentra na suposta prática de assédio sexual.
Caboclo nega as acusações, embora admita que tenha feito “brincadeiras inadequadas”. Em áudios divulgados pela TV Globo, é possível ouvir o dirigente perguntando à funcionária se ela se masturba. Ele ainda sugere que ela tinha um romance com um colega.
Diante da denúncia, protocolada no dia 4 de junho, e das evidências que julga ter reunido, o conselho de ética da CBF decidiu afastar o presidente de seu cargo por 30 dias. Esse prazo terminaria nesta terça (6), mas a diretoria, citando a investigação criminal entre os motivos, estendeu o afastamento em 60 dias.
A expectativa da diretoria é que o relatório final de seu órgão de ética aponte Caboclo como culpado e recomende a saída definitiva. Nesse caso, será convocada uma assembleia geral com representantes das 27 federações para confirmar esse afastamento. Para isso, seriam necessários 21 votos.