Chris Paul, um dos destaques da equipe do Phoenix Suns, afirmou, nesta quinta-feira à noite, após a vitória sobre o Houston Rockets, que espera pelas investigações já iniciadas pela NBA para se pronunciar sobre as práticas racistas e misóginas a que o acionista majoritário da franquia do Arizona, Robert Sarver, é acusado, após reportagem feita pelo canal ESPN dos Estados Unidos.
“Não somos insensíveis a tudo o que foi dito ou o que for, mas não sabemos todos os detalhes. Portanto, a NBA fará sua investigação e, nesse tempo, todos em nossa equipe continuaremos a jogar e fazer o que fazemos”, disse o atleta.
Religioso, Monty Williams, técnico dos Suns, disse não ter presenciado nenhum fato referente às acusações e revelou ter procurado um reverendo para depois falar do caso. “Um artigo foi escrito, muitas opiniões foram compartilhadas, muitos sentimentos foram compartilhados, mas tudo aconteceu antes de eu estar aqui. Com base no que você sabe sobre mim, o pouco que você sabe sobre mim, se alguma dessas coisas acontecesse enquanto eu estivesse aqui, eu não estaria neste lugar. Esta é uma situação em que os jogadores vão se reunir e se preparar. Isso é o que fazemos. Ao mesmo tempo, essas situações não são confortáveis. Eu entendo a sensibilidade de tudo o que foi dito ou escrito e é preciso coragem para sair e se expressar. E, ao mesmo tempo, estou ciente de que há dois lados nessa equação.”
Segundo a reportagem da ESPN americana, Robert Sarver, sócio-majoritário dos Suns há mais de 17 anos, está sendo acusado por mais de 70 funcionários. Ele teria usado termos racistas em inúmeras ocasiões deixando claro que não queria diversidade em seu time, além de praticar outros atos preconceituosos. Ele também é acusado de usar termos sexistas em conversas com funcionárias e mostrar fotos de sua esposa de biquíni e outras mulheres em situações vulgares. Depoimentos também alegam que a organização como um todo é um “local de trabalho tóxico e às vezes hostil.”
A reportagem da ESPN americana detalha um caso atrás do outro, com falas de pessoas que passaram ou que ainda estão vinculadas ao time de Phoenix. As investigações jornalísticas ocorrem já há algum tempo e, quando descobriram, Sarver e os Suns publicaram uma nota em que negam qualquer tipo de acusação, mesmo antes da publicação da reportagem.
Robert Sarver assumiu o comando do Phoenix Suns em 2004 ao desembolsar 401 milhões de dólares. Ele já foi severamente criticado pelo rendimento do time nos últimos anos, tendo alcançado os playoffs apenas duas vezes desde que Mike D’Antoni deixou a equipe na temporada 2007/2008.
Depoimentos apontam que o dirigente agredia verbalmente membros das comissões técnicas em caso de derrota, principalmente os negros. Em alguns casos, entrava nos vestiários e desenhava jogadas a serem feitas. Os Suns tiveram, ao todo, nove treinadores e oito gerentes-gerais com Sarver no comando. Considerando o período entre os anos de 2012 e 2019, foram sete técnicos diferentes que comandaram a equipe.