O Palmeiras teve pouco tempo para comemorar o seu 24º título paulista. O atual bicampeão da Libertadores começa a sua caminhada no torneio mais importante do continente nesta quarta-feira. O time de Abel Ferreira faz sua estreia contra o Deportivo Táchira, em San Cristóbal, na Venezuela, onde joga com mudanças na escalação provocadas por lesões e desgaste de atletas.
Em solo venezuelano, o Palmeiras defende a maior invencibilidade como visitante da história da competição. São 15 jogos sem perder fora de casa no torneio do qual é tricampeão. A última derrota longe do Allianz Parque ocorreu há três anos, em abril de 2019, quando perdeu por 1 a 0 do San Lorenzo, na Argentina. A equipe nunca foi derrotada por um oponente venezuelano no torneio continental.
A Libertadores, aliás, tornou-se um torneio especial para os palmeirenses. O clube passou a ser o brasileiro com marcas mais expressivas na competição. É o maior vencedor ao lado de São Paulo, Santos e Grêmio, e domina outros índices em comparação aos seus compatriotas: maior número de finais disputadas (seis, ao lado do São Paulo), de participações (22, sendo seis seguidas), de jogos (210), de vitórias (117) e de gols (392).
Com um elenco enxuto depois das saídas de Patrick de Paula e Renan, para Botafogo e Bragantino, respectivamente, o time de Abel se vê desafiado a manter o alto nível desfalcado em alguns jogos. Na Venezuela, não terá Piquerez e Rony, lesionados.
Eles se machucaram na final do Paulistão contra o São Paulo. O atacante sofreu um trauma no joelho esquerdo, enquanto que o lateral trata uma pancada no ombro direito. Jorge e Gabriel Veron serão titulares.
“Estamos sempre preparados. O professor sempre fala que todos devem se preparar porque a oportunidade vai chegar para todos”, falou Jorge, que disse ter entrado “a mil por hora” na decisão do Paulistão.
O lateral-direito Marcos Rocha e o volante Danilo também devem ser preservados. No sábado, o time estreia no Brasileirão contra o Ceará. A sequência de partidas desgasta os atletas e incomoda o técnico Abel Ferreira, feroz crítico do calendário do futebol brasileiro. Ele já avisou que não sabe como estarão seus atletas física e mentalmente daqui a alguns meses.
“Nós preparamos esses jogadores, desde o início, com muita intensidade. Temo, fruto da densidade competitiva, dessas viagens que vamos fazer agora, extremamente desgastantes, o pouco tempo de repouso. Não sei como vamos aguentar. Vamos fazer tudo que for possível”, disse.
O Grupo A também tem o equatoriano Emelec e o boliviano Independiente Petrolero. O craque do Táchira, com o qual o Palmeiras tem de ter atenção, é o jovem Yerson Chacón, de 18 anos, tratado como uma joia no clube. Ele deu seus primeiros passos na seleção venezuelana sob as ordens do argentino José Pékerman. “Sabemos que é um rival complicado, um rival brasileiro, mas acho que vamos fazer grandes coisas e vamos sair e fazer com que sejamos respeitados em casa”, disse.