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EsportesPara Graziele de Jesus, o boxe é como a vida e Tóquio é o objetivo final

Para Graziele de Jesus, o boxe é como a vida e Tóquio é o objetivo final

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TÓQUIO, JAPÃO (FOLHAPRESS) – Graziele de Jesus, 30, ama o boxe porque ele é como a vida. Em algum momento a oportunidade pode surgir e se você não a agarrar, será nocauteado.

“Nada se compara àquela adrenalina de estar em cima do ringue. Não tem coisa igual em outros esportes. O desafio de estar ali em cima me encanta. Eu me apaixonei por isso. O boxe me ensinou e me ajudou a olhar a vida de uma maneira diferente, a ser bem melhor”, afirma.

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Lutadora mais experiente da equipe brasileira em Tóquio, ela estreia na categoria de 51 kg (peso mosca) neste sábado (24), a partir das 23h, na Kokugikan Arena, sede do boxe nas Olimpíadas de Tóquio.

Parte da preparação deste ano dos lutadores do país foi feita em Assis, na Itália, entre o final de maio e início de junho. A Europa foi escolhida, em parte, para fugir das restrições da pandemia, mas também para que os atletas tivessem chance de treinar contra estrangeiras de estilos diferentes.

No boxe olímpico, especialmente nas categorias mais leves, como a de Graziele, na qual os nocautes são raros, não basta vencer os combates por pontos. É preciso mostrar para os juízes que isso está acontecendo. A luta é ganha quando os jurados percebem isso.

“Você tem de aprimorar sua técnica de combate para deixar claro aos jurados que está na frente”, completa.

A viagem também serviu para que as mulheres da equipe brasileira tivessem mais opções de adversárias. Graziele ressalta que a questão já foi pior e o número tem aumentado, mas um problema persistente do boxe feminino no Brasil é ter poucas lutadoras. Quando ela começou, há 14 anos, era pior ainda. Perdeu a conta das vezes que escutou conselhos para “ir fazer balé porque boxe é para homem”.

“Hoje em dia, depois de tanto tempo, não acontece mais. Antes era mais comum. Eu não ligava, mas servia para tirar o incentivo de garotas que queriam lutar”, ressalta.

Nem ela tinha tanta certeza assim de que o boxe seria sua vida. Começou de maneira despretensiosa aos 16, acompanhando o irmão Ueslem nos treinos em Mogi das Cruzes (interior de São Paulo), cidade onde mora. Para passar o tempo, depois de um ano, começou a treinar. Tudo mudou na primeira vez que subiu ao ringue para um combate

“No começo, não imaginava que levaria tão a sério essa vida no esporte. No meu primeiro campeonato pude notar que era aquilo que eu queria, o que buscava para mim. O boxe me fez ter sonhos, metas para o futuro. Porque lá em cima [do ringue] tudo só depende de você. Isso também é algo que parece com a vida”, afirma.

Na equipe feminina, a maior esperança de medalha é Beatriz Ferreira, ouro no Mundial e no Pan-Americano, ambos em 2019. Na categoria dos 60 kg, ela será a cabeça de chave número três.

Graziele concorda que a companheira é o nome mais cotado para subir ao pódio, o que não significa ser o único. Diz haver outras lutadoras, como ela mesma, que podem conquistar esse objetivo. Faz parte do seu papel de mais velha, experiente e responsável por orientações e conselhos às boxeadoras mais jovens. E quanto mais medalhas, ela acredita, mais garotas estarão incentivadas a iniciar no boxe.

“Da Rio-2016 para cá, em todos os torneios que participamos, as brasileiras têm se destacado. Os resultados são sempre bons. Por que em Tóquio seria diferente?”, questiona.

No caso dela, haveria um componente a mais. Chamar a atenção para um dos projetos mais importantes de sua vida, o Alpha Boxe, que oferece aulas da modalidade e apoio a dependentes químicos e a famílias carentes. Graziele já deu aulas na ONG de Mogi das Cruzes antes de iniciar a sério a preparação para as Olimpíadas de Tóquio.

É um trabalho que lhe traz tanta recompensa emocional quanto o boxe, esporte que ela aproveita cada segundo, porque há dez anos, achou que teria de abandoná-lo. Ela passou por uma cirurgia em cada ombro por causa de lesões. Foram colocados dois parafusos.

Por isso que estar nas Olimpíadas, por si só, já é uma realização para Graziele de Jesus.

“Eu sempre luto com espírito guerreiro e é isso o que tenho a oferecer. Estou muito ansiosa porque o mundo todo assiste as Olimpíadas. Eu sonhei com isso, em representar a bandeira do Brasil, por muitos anos. Agora aconteceu. É um sentimento inexplicável”.

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