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EsportesPela 8ª vez nos Jogos, José Roberto Guimarães vira trunfo da seleção de vôlei

Pela 8ª vez nos Jogos, José Roberto Guimarães vira trunfo da seleção de vôlei

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TÓQUIO, JAPÃO (FOLHAPRESS) – José Roberto Guimarães é o único brasileiro tricampeão olímpico e o primeiro a colocar uma seleção de vôlei do Brasil no mais alto lugar do pódio. Além disso, o já lendário treinador conseguiu o feito tanto pelas equipes masculina e feminina.

Não há como não reconhecer sua importância para o esporte nacional e mundial. Mesmo quando o seu time não é o favorito à conquista, como nestas Olimpíadas com o time feminino, o torcedor pode ter um fio de esperança.

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Neste domingo (25), a partir das 9h45, diante da Coreia do Sul, o paulista de 66 anos inicia as Olimpíadas pela oitava vez –as outras foram 1976 (como atleta), 1992, 1996, 2004, 2008, 2012 e 2016 (como técnico).

O casamento começou em 1976, em Montréal, quando ele era jogador, e a seleção terminou em sétimo. A carreira de levantador durou até os 27 anos. A de técnico começou aos 38, e de forma imprevisível.

Mesmo com elenco bem jovem, o estreante no comando da seleção Zé Roberto conduziu o time masculino à inédita medalha de ouro, em Barcelona-1992, o que ajudou a massificar o esporte no país.

Para Carlão, capitão daquela seleção e hoje comentarista do canal SporTV, Zé Roberto teve os seus méritos ao implantar o esquema “ataque total”. “Demonstramos um vôlei inovador, jogando com quatro ponteiros: eu, Marcelo Negrão, Tande e Giovane. O Marcelo Negrão jogava como oposto e às vezes puxava a bola de meio. Isso só foi possível por termos um grande levantador, que era o Maurício”.

De desacreditada, a seleção construiu uma campanha invicta, com oito vitórias. Na fase de grupos, bateu Coreia do Sul, Equipe Unificada (Rússia, Ucrânia, Belarus, Cazaquistão, Armênia e Uzbequistão), Holanda, Cuba e Argélia. Depois, venceu Japão nas quartas, EUA na semi e, na decisão, de novo os holandeses.

A vitória por 15/12, 15/8 e 15/5 lavou a alma dos brasileiros, que remoíam o time do técnico Bebeto de Freitas, que encantou o público, mas ficou conhecido como Geração de Prata por perder para os EUA na decisão em Los Angeles-1984.

Em Tóquio, Zé Roberto convive com expectativas não muito animadoras. O próprio elenco admite que a briga por medalha é bastante complicada e lista, pelo menos, quatro adversárias à frente: Sérvia, Estados Unidos, China e Itália.

Ao longo deste ciclo olímpico, o Brasil teve baixas de duas bicampeãs. Fabiana, que se tornou mãe, e Thaisa, aposentada da seleção. Das 12 escolhidas para defender a equipe no Japão, só 4 já participaram de Olimpíadas: a oposta Tandara e as ponteiras Gabi, Fernanda Garay e Natália.

Questionada em uma entrevista sobre a falta de experiência do selecionado brasileiro, Natália pediu calma. “O Zé é o nosso ponto de referência. Para mim, um dos melhores técnicos do mundo, tricampeão olímpico, e ele passa toda essa experiência que tem, e a gente tenta assimilar”, explicou.

No dia 31 de julho, Zé Roberto, nascido em Quintana, interior de São Paulo, completará 67. Ele, que chegou a anunciar sua aposentadoria após os Jogos de Tóquio, voltou atrás.

“Enquanto eu tiver essa energia e gostar de ensinar e de estar em quadra, eu vi que essa é a minha vida. Com todas as lutas, vamos continuar, vamos embora. Mas vai depender do resultado em Tóquio”, disse.

Foi o prazer de ensinar, aliás, que fez com que ele continuasse na condução da seleção após a terrível derrota para a Rússia na semifinal de Atenas-2004. O time desperdiçou sete match points, seis no quarto set e um no quinto, e perdeu por 3 a 2 (18/25, 21/25, 25/22, 28/26, 16/14). Depois, perdeu o bronze para Cuba.

Desolado, Zé Roberto se culpou pela eliminação e só exorcizou a dor com o ouro do time feminino, em Pequim-2008. “Depois do acontecido em Atenas, eu queria ganhar mais por elas do que por mim.”

A equipe ainda voltou a conquistar o ouro quatro anos depois, em Londres, quando levou a melhor numa espécie de revanche com a Rússia nas quartas de final e, na decisão, superou os Estados Unidos.

Em casa, na Rio-2016, as bicampeãs olímpicas caíram nas quartas, diante da China. A derrota dessa vez, no entanto, não abalou Zé Roberto. Em Tóquio, ele pode surpreender outra vez. Quem desacredita?

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