Após brilhar nos Jogos Olímpicos de Tóquio, Rebeca Andrade está de volta ao Japão para disputar o Mundial de ginástica. Mas, na cidade de Kitakyushu, a brasileira não disputará duas provas em que se destacou na capital. Ela ficará fora da prova do solo, onde apresentou o famoso “Baile de Favela”, e do individual geral, no qual conquistou a medalha de prata na Olimpíada.
Rebeca explicou optou por descartar estas provas para evitar maior desgaste físico e eventuais lesões. “Precaução, planejamento, análise médica e física e respeito com o meu corpo. Gente, estou vindo de um momento em que fiz uma preparação muito difícil. Para chegar aqui e fazer o mesmo solo que vinha fazendo, exigiria muito do meu corpo. Sei que todos gostariam de me ver fazendo Baile de Favela. Eu também! Mas tenho que ser inteligente agora e saber que este não é o momento. Mas não fiquem tristes! Logo, logo o meu solo estará de volta”, promete.
A brasileira conquistou duas medalhas em Tóquio. Além da prata no individual geral, ela se sagrou campeã olímpica no salto, prova em que competirá no Mundial. Ela também estará nas paralelas e na trave. “Quero chegar nos próximos anos e arrasar, como fiz em Tóquio”, justifica a ginasta.
A decisão de Rebeca contou com o apoio da área técnica da Confederação Brasileira de Ginástica (CBG). “A equipe discutiu e analisou esta longa temporada e a alta exigência até aqui. Entendemos que, para que a Rebeca possa fazer o solo com bom nível técnico e seguro, a carga de treinamentos precisaria ser maior e mais complexa, nesse momento pós-Olimpíada e planejamento a longo prazo não seria adequado”, explica o técnico Francisco Porath Neto.
Para o treinador, a meta é alcançar a final dos três aparelhos. “Rebeca segue competitiva no salto, barra e trave e vamos buscar a classificação para as finais. Após o Mundial ela fará um período de descanso necessário e merecido, para se preparar para o novo ciclo.”
De acordo com a CBG, Rebeca e sua equipe já iniciaram o planejamento para os Jogos de Paris-2024. E a escolha da programação da ginasta para esse Mundial já está neste plano para a próxima edição da Olimpíada. “Essa decisão foi muito difícil, todos nós gostaríamos de ver ‘Baile de Favela’, para chegarmos aos Jogos em boas condições nossa prioridade foi o respeito com o corpo, precaução e planejamento. Neste momento não poderia ser diferente”, diz Porath.
EQUIPE DO BRASIL NO MUNDIAL – O time terá ainda Arthur Nory e Caio Souza em Kitakyushu, entre os dias 18 e 24 deste mês. Luís Porto chegou a ser convocado, foi cortado da lista na semana passada. Campeão na barra fixa em 2019, Arthur Nory busca um novo pódio. “Estou feliz também em retornar ao país após minha participação nos Jogos, que foi bem difícil para mim”, afirma.
Antes do Mundial, Nory teve como última etapa de preparação o Campeonato Brasileiro de Clubes. “Foi muito importante disputar esse Brasileiro para que pudéssemos fazer uma avaliação do nível de preparação, já sentir o clima de arbitragem e pegar o clima de competição. Sempre é uma bagagem a mais para o atleta”, diz Nory, que apenas disputará a prova da barra fixa.
Nos Jogos de Tóquio, Caio Souza participou de duas finais, ficando em 8º lugar no salto e em 17º no individual geral e, no Brasileiro de Clubes, conquistou sete medalhas no total, sendo seis de ouro. O atleta participará dos seis aparelhos: solo, salto, cavalo com alças, argolas, barra fixa e paralelas.
“A periodização dos treinos foi feita em cima desta competição, embora tivesse a disputa do Brasileiro antes, mas tudo foi pensando para chegarmos no Japão na melhor forma possível. Isso acabou fazendo com que o resultado no Brasileiro fosse melhor do que estávamos esperando e permitiu que conquistássemos tantas medalhas”, comenta Caio Souza.