SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – Em uma decisão de tirar o fôlego, confirmada apenas com o último atleta do último aparelho, a equipe formada pelos atletas russos garantiu a medalha de ouro na disputa masculina por equipes da ginástica artística nos Jogos Olímpicos de Tóquio, nesta segunda-feira (26), voltando ao lugar mais alto do pódio após 25 anos. O Japão, com uma equipe totalmente renovada em relação aos Jogos do Rio, há cinco anos, garantiu a medalha de prata. A China ficou com o bronze.
Nesta terça-feira (27), a partir das 7h45, a decisão por equipes será das mulheres, com favoritismo para os Estados Unidos da estrela Simone Biles.
Na final por equipes, as oito seleções que brigam pela medalha passam por todos os seis aparelhos da ginástica artística – cada país tem três ginastas por prova. A cada rotação (ou seja, a passagem completa das equipes por um aparelho), vão sendo consolidadas as notas parciais das nações.
Japão, Rússia e China entraram como favoritas às medalhas – a questão seria saber qual a ordem da premiação. Afinal, os três países vinham dominando a disputa por equipes em todo o ciclo olímpico, apenas revezando as posições nas três grandes competições que ocorreram desde a Olimpíada do Rio, em 2016. Há cinco anos, o Japão conquistou o ouro olímpico. Em 2018, no Mundial de Doha, a China venceu. E no Mundial de Stuttgart, em 2019, a Rússia sagrou-se campeã.
A competição começou com Japão e China disputando sempre o mesmo aparelho, com a Rússia em outro. Assim, na primeira rotação, japoneses e chineses passaram pelo solo, enquanto os russos competiram no cavalo com alças. O Japão saiu na frente ao fim da primeira passagem, com nota 43.700, seguido por Rússia (43.140) e China (42.132).
Na segunda rotação, a Rússia seguiu para as argolas, enquanto os outros dois adversários foram para o cavalo com alças. Ao final da rotação, as duas primeiras posições se inverteram, com uma vantagem mínima para os russos frente aos japoneses: 87.539, diante de 87.266 do time da casa. A China permaneceu em terceiro.
Na metade da competição, a Rússia literalmente deu um salto no placar. Os atuais campeões mundiais por equipes ampliaram, e muito, a vantagem sobre os japoneses. Disputando a prova do salto sobre a mesa, os russos contaram com os dois melhores do mundo no aparelho – Nikita Nagornyy e Artur Dalaloyan foram ouro e prata no Mundial de 2019 na disputa individual da prova. Com exibições de gala dos dois atletas, a Rússia finalizou a rotação com a nota 132.304. O Japão, que passou pelas argolas, manteve a segunda posição com uma vantagem centesimal: 129.699, apenas 0.002 pontos à frente da China (129.697).
Na quinta e penúltima rotação, a vantagem da Rússia em relação a China diminui consideravelmente – russos competiram na barra fixa e chineses, nas paralelas, junto com japoneses. Ao fim da passagem, menos de um ponto separavam os dois primeiros colocados: Rússia com 219.868, China com 219.228 e Japão, mais atrás, com 218.597.
A rotação decisiva teve Rússia no solo, e China e Japão na barra fixa. Com a apresentação quase perfeita de Nikita Nagornyy no solo, a Rússia segurou a vantagem: somou 262.500. Os donos da casa reagiram e assumiram a segunda posição, superando a China, terceiro colocados.