Será a 3.600 metros de altitude que a seleção brasileira tentará estabelecer um recorde na noite desta terça-feira. Se vencer a Bolívia pela última rodada das Eliminatórias Sul-Americanas, o Brasil chegará a 45 pontos e alcançará a maior pontuação de uma equipe desde que o atual sistema foi implementado, na segunda metade da década de 1990. De quebra, um triunfo frente aos bolivianos assegura o título simbólico do qualificatório ao Brasil e ainda deverá devolver a seleção ao topo do ranking da Fifa.
Todos esses números atestam uma campanha quase irrepreensível da seleção na fase classificatória para a Copa do Mundo do Catar, mas o próprio técnico Tite faz questão de minimizar a importância dos números.
“Ficar em primeiro no ranking (da Fifa) tem significado, sim. Mas pra mim, particularmente, (o importante) é ver de novo a equipe jogar muito bem, é de novo ela conseguir estrategicamente passar por estas adversidades, ter seu futebol representado com qualidade técnica, de posse de bola”, disse o treinador ainda na Granja Comary, em Teresópolis, na última entrevista antes do jogo em La Paz.
O treinador ressaltou que o recorde de pontos, apesar de representativo, também tem pouco resultado na prática. “É pelo trabalho, consolidação. O (Marcelo) Bielsa é um cara que eu respeito pra caramba, a Argentina fez uma grande campanha (nas Eliminatórias para a Copa de 2002) e aí ela saiu na primeira fase, num pênalti cometido pelo Heinze”, recordou o técnico. “É mais uma etapa de consolidação e evolução. Isso pra mim me fascina.”
Com 42 pontos, o Brasil tem quatro a mais que os argentinos e só não assegurou o título simbólico das Eliminatórias porque a Fifa determinou que as duas seleções façam o jogo suspenso do ano passado – a data e o local ainda não foram definidos. No entanto, caso a seleção supere a Bolívia ou a Argentina tropece contra o Equador no mesmo horário, a partida que foi suspensa não teria absolutamente nenhuma influência na tabela final.
MUDANÇAS
Para a partida contra a Bolívia, Tite fará sete mudanças em relação ao time que goleou o Chile na quinta-feira passada, no Maracanã. “Não tem influência (na classificação), mas tem muita influência em termos de estratégia, naquilo que a gente pode retirar de melhor na equipe em cima das adversidades, da altitude, em cima de uma série de resultados que a gente não teve lá historicamente contra a Bolívia”, considerou o técnico.
Assim, a seleção terá mudanças em quase todos os setores, à exceção do gol. A principal expectativa é pelo desempenho ofensivo, que funcionou bem no último jogo, mas desta vez não contará com Neymar e Vinicius Jr, que estão suspensos.