Ao transferir de Salvador para o Rio de Janeiro o último compromisso em casa da seleção brasileira pelas Eliminatórias para a Copa do Catar, a CBF fará o Brasil voltar a atuar no Maracanã pelo torneio classificatório depois de 14 anos. Já classificada ao Mundial, a equipe de Tite encara o desesperado Chile nesta quinta-feira, às 20h30. Depois, o último adversário será a Bolívia, fora de casa, no dia 29, próxima terça.
A última vez que a seleção jogou pelas Eliminatórias no Maracanã foi no longínquo ano de 2008. Na ocasião, o time treinado por Dunga empatou sem gol com a Colômbia e deixou o campo sob vaias. O torcedor do Rio é bastante crítico ao time nacional. Sempre que esteve em apuros ou má fase, a CBF preferiu levar a equipe para o Nordeste, mais carente do futebol da seleção e com paciência maior também.
No lendário estádio, considerando todas as competições, o time de Tite atuou pela última vez em julho de 2021, na final da Copa América, da qual guarda más recordações, já que perdeu aquele jogo por 1 a 0 e o título para a Argentina. A partida teve somente cerca de 5 mil espectadores, entre brasileiros e argentinos, porque havia restrição de público devido à pandemia de covid-19.
O Maracanã também foi palco de outra decisão da Copa América, mas aquela com final feliz para os brasileiros. Em 2019, o time de Tite ganhou do Peru na final. Pouco mais de 58 mil torcedores assistiram à vitória por 3 a 1 sobre os peruanos, com renda histórica, a maior do futebol brasileiro, de R$ 38.769.850,00.
No geral, a seleção brasileira mandou 108 partidas no Maracanã, levando em conta jogos oficiais e amistosos. Obteve 77 vitórias, 23 empates e sofreu oito derrotas.
A CBF vinha preterindo o estádio em virtude, principalmente, das condições ruins do gramado. O piso passou por uma grande mudança no início deste ano e ganhou uma grama híbrida, uma mistura da natural com fibras sintéticas. A troca começou em dezembro e terminou no início deste mês. Foram gastos R$ 4 milhões na intervenção.
“Queremos estar cada vez mais próximos do torcedor. Ainda mais para esse jogo que será o último no Brasil antes da Copa do Mundo”, disse Juninho Paulista, coordenador da seleção brasileira. “Jogar no Maracanã também nos possibilita uma logística melhor de treinamentos e deslocamentos”, completou o ex-jogador. Sua fala faz referência à proximidade do Rio com a Granja Comary, em Teresópolis, onde fica o centro de treinamento da seleção.
“É um estádio que carrega muita história. Estar aqui representando nosso País é muito gratificante, um sonho realizado de criança”, afirmou Guilherme Arana. “Eu, particularmente, já estou ansioso para ver o clima no estádio lotado, com a torcida nos apoiando. Fico muito feliz com tudo isso que vem acontecendo”, acrescentou o lateral do Atlético-MG.
CASA CHEIA
O Maracanã deve estar cheio como há muito não se vê em um jogo do Brasil. A CBF espera somar o melhor público em solo nacional desde a liberação dos estádios nesta pandemia de covid-19. A entidade colocou 70 mil ingressos à venda e acredita em lotação máxima do estádio carioca na última aparição no País pelas Eliminatórias Sul-Americanas. Até a noite de quarta-feira já haviam sido vendidos 52 mil bilhetes.
Os ingressos para a penúltima rodada das Eliminatórias – que pode garantir o título simbólico ao Brasil caso vença e a Argentina, na sexta-feira, não passe da Venezuela – são vendidos apenas virtualmente.
O bilhete mais barato é a meia entrada para o setor Leste Superior, a R$ 40,00. O mais caro é a inteira para os setores Leste e Oeste Inferior, a R$ 220,00 cada. Norte e Sul saem por R$ 120,00.
PROTOCOLOS
O acesso ao Maracanã será condicionado à apresentação do comprovante de vacinação. Aos torcedores com menos de 50 anos será necessário mostrar as duas doses (ou a dose única). Os maiores de 50 anos terão de comprovar a aplicação do reforço.
O passaporte de vacinação será obrigatório para entrar no estádio. Torcedores terão aplicativo com tecnologia Chronus i-Passport, o mesmo sistema adotado nos jogos contra Uruguai e Colômbia. O passaporte funciona como um passe livre digital, permitindo a qualquer torcedor imunizado ou com teste negativo de covid-19 estar apto a assistir à partida.
Na partida contra o Uruguai, em outubro do ano passado, dos 12.662 torcedores presentes na Arena da Amazônia, 12.473 estavam com duas doses, 189 com dose única, 293 com ciclo vacinal incompleto e todos esses com testes negativos para covid-19. Já diante da Colômbia, na Neo Química Arena, das 22.080 presentes apenas 1.540 estavam com o ciclo vacinal incompleto. Os números foram aferidos por meio do monitoramento dos dados colhidos pela plataforma.