Após dez anos atuando como treinador, Toninho Cecílio aceitou convite para voltar ao cargo de executivo de futebol e foi anunciado nesta quarta-feira pela Portuguesa. A principal missão do novo dirigente – e também do clube do Canindé – é retornar à Primeira Divisão do Campeonato Paulista em 2022.
“Foi oferecido um projeto sólido e transparente, e senti do presidente Antonio Carlos Castanheira e desta diretoria atual uma ambição grande em tornar o clube protagonista novamente. Vi uma forma de pensar bem conectada com alterações recentes, que mudará completamente a indústria do futebol como a Lei da SAF. É uma instituição centenária, com uma torcida apaixonada e uma tradição enorme. Estou feliz em voltar a essa função novamente”, afirmou o ex-zagueiro.
Um dos pontos ressaltados pela diretoria da Lusa que encantou Cecílio foi a possibilidade a médio e longo prazo de virar empresa, projeto este que o atual executivo possui amplo conhecimento e experiência.
“Venho acompanhando a Lei da SAF e, particularmente, tenho familiaridade com o mercado acionário desde 1997/98. Também já encomendei estudos junto à CVM, em 2013, sobre a viabilidade para implementação de um valor mobiliário lastreado em valor decorrente da aplicação de cláusula penal contratual”, conta.
Cecílio também lembrou que era o capitão do Palmeiras quando a Parmalat chegou ao clube, em 1992, tendo presenciado de muito perto a operação de sucesso da co-gestão. De volta ao Palmeiras como dirigente em 2007, deu sua contribuição técnica ao projeto que foi denominado, no mesmo ano, de “Cesta de Atletas”, que ajudou a capitalizar recursos financeiros ao alviverde naquela ocasião.
Como dirigente, o último trabalho de Toninho Cecílio foi com o Palmeiras, entre 2007 e 2010. Na ocasião, ele pegou um clube com muitos problemas financeiros e ajudou a recolocá-lo no protagonismo do futebol nacional. Depois de anos, o time ganhou o título Estadual em 2008. O Palmeiras também brigou pelos Brasileiros de 2008 e 2009, além de alcançar as quartas de final da Copa Libertadores de 2009.
No Palmeiras ainda, Toninho Cecílio comandou um trabalho na montagem de um dos principais elencos dos últimos anos na equipe principal, com a chegada do zagueiro Henrique, do meia Diego Souza e dos atacantes Denílson, Kleber e Alex Mineiro, que juntaram-se a Valdivia na ocasião. Essa experiência, mesmo com dinheiro mais curto, ele quer levar para o Canindé.
Cecílio também participou da repatriação de nomes importantes do mercado internacional, casos do zagueiro Roque Júnior e do volante Edmílson, e da contratação da ‘revelação’ Keirrison, que mais tarde seria vendido ao Barcelona, assim como Henrique. O profissional esteve ainda à frente de um trabalho no Fortaleza, na temporada de 2005. Toninho Cecílio deixou o cargo de dirigente em 2010 para ser treinador de futebol.
Na Portuguesa, ele vai tentar repetir o feito realizado com o Santo André, quando em 2016 foi campeão da Série A2 como técnico. Nesta função, Toninho também acumulou campanhas de destaque ao chegar às semifinais do Paulistão com o Grêmio Prudente, em 2010, e à fase final do Estadual com o XV de Piracicaba, em 2015.
“Os desafios são enormes e a Série A2 do Paulistão é o terceiro ou quarto estadual mais difícil do Brasil. Estamos conscientes desta dificuldade da A2. Queremos fazer tudo com correção, planejamento e sempre respeitando as diretrizes propostas pelo Conselho do clube”, diz Cecílio.
CARREIRA – Formado na base do Palmeiras, chegou ao profissional e logo pegou a braçadeira de capitão. O bom desempenho nas temporadas de 1989 e 1990, sob o comando de Emerson Leão e Telê Santana, o fez chegar pela primeira vez à seleção brasileira dirigida pelo então treinador Paulo Roberto Falcão, no início daquela década. Deixou o então Parque Antarctica em 1992, após o time voltar à final do Paulistão daquele ano, e teve passagens marcantes por Cruzeiro, Botafogo/RJ, Cerezo Osaka (JAP), entre outros. Ainda como jogador, Cecílio sempre se preocupou com a formação extracampo e se formou em Publicidade e Propaganda.
“Acredito muito neste projeto da Portuguesa. É uma instituição construída com muito sacrifício e luta. A dificuldade já visitou grandes equipes do futebol brasileiro e aqueles que se reconstruíram não o fizeram sem união, esforço, planejamento e honestidade.”