SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O US Open, último torneio do Grand Slam na temporada 2021 do tênis, começa nesta segunda-feira (30) com a expectativa de que seus atrativos superem ausências notáveis.
Será a primeira vez em 24 anos que um Slam não terá as presenças de Roger Federer, Rafael Nadal ou Serena Williams.
Federer, que completou 40 anos neste mês, anunciou que faria uma terceira cirurgia no joelho direito e não tem prazo para voltar a jogar. Certamente estará fora de ação até o fim do ano.
Nadal, 35, tem uma lesão crônica no pé esquerdo e decidiu se retirar do restante da temporada para tentar pôr fim ao problema e poder estender sua carreira por mais alguns anos.
Serena, prestes a entrar para o grupo dos 40 em setembro, não se recuperou da lesão na coxa direita que a fez abandonar Wimbledon e também anunciou sua desistência.
Somados, os três possuem 63 títulos de Grand Slam, 15 deles no US Open. Além disso, o torneio também perdeu por lesão Venus Williams, 41, bicampeã e estrela da casa, e o atual vencedor Dominic Thiem, 27.
Vazios como esses não podem ser preenchidos à altura, mas ainda assim haverá grandes histórias para acompanhar o Slam de Nova York, com transmissão a partir das 12h no SporTV 3 e na ESPN. O grupo Disney anunciou a transmissão de todas as quadras a partir de terça (31) no seu novo serviço de streaming, o Star+.
Luisa Stefani em grande momento Embalada pela medalha de bronze nos Jogos Olímpicos de Tóquio, Luisa Stefani vive o auge de sua carreira, na 17ª colocação do ranking mundial de duplas. Depois da campanha no Japão, a brasileira iniciou uma parceria nova no circuito, com a canadense Gabriela Dabrowski, e os resultados apareceram rapidamente para elas.
Em três semanas seguidas, emendaram um vice no WTA 500 de San Jose, um título no WTA 1.000 de Montreal (maior resultado obtido pela brasileira) e outro vice no WTA 1.000 de Cincinnati. Com sintonia dentro e fora de quadra e confiança, elas entram na chave cotadas a uma grande campanha.
Bruno Soares, atual campeão e que volta após uma apendicite que o tirou das Olimpíadas, Marcelo Melo e Marcelo Demoliner – todos nas duplas -, além de Thiago Monteiro – em simples e duplas – também estarão presentes, mas para o Brasil as maiores expectativas estarão pela primeira vez em décadas depositadas na chave feminina de duplas.
Djokovic em busca do Grand Slam e do controle de nervos O sérvio Novak Djokovic pode sair de Nova York como o maior vencedor de títulos de Slam entre os homens, desbancando seus rivais Federer e Nadal –hoje os três estão empatados com 20. Também pode se tornar o primeiro tenista do circuito masculino desde 1969 a completar o Grand Slam, com títulos dos quatro maiores torneios (Australian Open, Wimbledon e Roland Garros e US Open) na mesma temporada.
O líder do ranking mundial entra como favorito e sem a perspectiva de encontrar seus maiores rivais, mas foi justamente nessa situação que ele teve problemas para controlar o nervosismo recentemente.
No US Open do ano passado, acabou desclassificado de forma bizarra ao acertar uma bolada numa juíza de linha – não intencionalmente, mas num ataque de fúria que lhe custou caro.
Nos Jogos de Tóquio, quando poderia tornar seus feitos em 2021 ainda mais impressionantes, ele levou a virada de Alexander Zverev nas semifinais e perdeu a disputa pelo bronze contra o espanhol Pablo Carreño Busta. Da possibilidade de consagração, saiu novamente mal visto pelo descontrole emocional.
Desafiantes esperançosos Ninguém pensa que será fácil derrotar Novak Djokovic, mas os episódios citados anteriormente indicam que há caminhos abertos, principalmente se ele demonstrar instabilidade. Os maiores candidatos a interromper a sequência de conquistas do sérvio nos Slam são os já estabelecidos, mas ainda inconstantes, Daniil Medvedev, Stefanos Tsitsipas (que estreará num grande jogo contra Andy Murray) e Alexander Zverev.
O momento aponta principalmente para o alemão, campeão olímpico e do Masters 1.000 de Cincinnati. Embalado, Zverev também tem fantasmas para lidar. Nesta semana, sua ex-namorada Olga Sharypova fez novas acusações contra ele. Ela afirma ter sido vítima de agressões físicas e psicológicas. O caso foi revelado no ano passado e não há informações sobre investigações judiciais nem das autoridades do tênis. O atleta diz que todos os relatos de Sharypova são falsos e difamatórios.
Osaka novamente nos holofotes Em 2021, a tenista japonesa foi campeã do Australian Open com autoridade; deixou Roland Garros após ter criticado a obrigatoriedade de conceder entrevistas coletivas, recebido multa e exposto questões relacionadas à sua saúde mental; desistiu de disputar Wimbledon; acendeu a pira olímpica dos Jogos de Tóquio e foi eliminada do torneio em seu país precocemente.
Após uma temporada intensa, ela volta para o torneio em que já tem dois títulos e onde, no ano passado, a cada partida usou máscaras com nomes de pessoas negras vítimas da violência policial nos EUA.
Além do favoritismo de número 3 do mundo, Osaka terá que lidar novamente com muitos holofotes voltados para si.
A principal favorita na chave feminina de simples é a australiana Ashleigh Barty, número 1 do mundo e em grande momento. Mas como tem ocorrido nos últimos Slams, o cenário se mostra bem aberto.
A volta do público e a pressão sobre a vacina Após uma edição a portas fechadas em 2020, o US Open será o último Slam a reencontrar os seus fãs. Para entrar no Arthur Ashe, maior estádio de tênis do mundo, e em todo o complexo do torneio, será necessário apresentar um comprovante de vacinação. A princípio não haveria essa obrigação, mas a prefeitura de Nova York se viu pressionada pelo aumento de casos ligados à variante delta e adotou a medida.
Já os tenistas, que não são obrigados a se vacinar para estar nesses mesmos espaços, têm sido questionados sobre o tema. Recentemente, Djokovic, que tem sua oposição à obrigatoriedade da imunização amplamente conhecida, ganhou a companhia de Tsitsipas. Contrariando a ciência, o grego de 23 anos disse ainda considerar positivo que os jovens sejam infectados para “construir imunidade”.