Questões como a igualdade de gênero, a luta contra o patriarcado e a exaustão das mulheres na acumulação de funções dentro do lar, que nos últimos anos contou com um agravante causado pela pandemia, são os destaque do videoclipe Ocitocina, obra de estreia da atriz Giselle Itié como diretora.
Com produção 100% independente, o time é liderado por mulheres: Licia Astoyeg (direção de fotografia), Bruna Abubakir (finalização), além de Adriana Paulini e Carol Guimarães na direção de produção.
O trabalho traz a necessidade de mudança para uma sociedade mais consciente, já que culturalmente, em todo o mundo, as mulheres assumem a maior parte das responsabilidades dentro do ambiente familiar. “Não é de hoje que vemos uma mulher sendo mãe solo, mesmo em um casamento. Mãe solo é aquela que fica com a maior parte da responsabilidade na criação dos filhos, por exemplo. São mulheres que precisam do direito de terem tempo de se cuidarem. Na essência do clipe, quis mostrar o autocuidado, com uma personagem que foge de casa, tira a farda e se transforma em uma mulher plena e cheia de vida, pois a questão é: quem cuida de quem cuida?”, ressalta Giselle.
O clipe de Ocitocina é baseado na música Área de Cobertura, de Paulo Carvalho em parceria com Arnaldo Antunes. O conteúdo já está disponível no YouTube.
Giselle Itié há algum tempo vem trabalhando também na produção e direção de diversos projetos como: a campanha para o coletivo de ativistas feministas ‘Ni Uma A Menos’; a performance ‘Soror’, que levantou a bandeira da sororidade no primeiro Prêmio Viva da Revista Marie Claire; e a exposição ‘Save Amy’, com parceria da produtora Cine.
Em Ocitocina, além da direção, a artista optou por atuar e colocar o próprio filho, Pedro Luna, no final do clipe, destacando que somente a união entre mãe e filho pode alcançar a ocitocina, mesmo em meio ao caos em que muitas mulheres encontram na maternidade.
“O nome dado ao clipe faz referência à ocitocina, conhecida como o hormônio do amor, uma pequena proteína que é liberada, por exemplo, durante um beijo ou abraço, ou até mesmo na amamentação, contribuindo para o fortalecimento de vínculos positivos entre as pessoas”, explica.
Na narrativa, meninos devem aprender desde cedo, principalmente com o exemplo dos pais, a real importância dos trabalhos domésticos e da divisão igualitária entre homem e mulher nas tarefas diárias. “Muitas vezes me pergunto o porquê ser mãe é padecer no paraíso. Quero acreditar que é possível sim ser mãe e viver no paraíso”, conclui Giselle.