SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A briga de gato e rato entre o traficante Evandro (Raphael Logam) e seu desafeto, o policial Morello (Rui Ricardo Diaz), ganhará contornos ainda mais tensos na terceira temporada de “Impuros”, que chega no dia 31 de agosto junto com o streaming do Star+ no Brasil. As duas primeiras temporadas também estarão no catálogo assim como no do Globoplay até 30 de setembro.
Na história brasileira, enquanto o bandido move um cartel de venda de armas e drogas e comanda o Morro do Dendê, no Rio, na década de 1990, o policial tenta detê-lo de todas as maneiras.
Os atores se divertem com essa caça. Segundo Logam, há até fã-clubes criados para ambos os personagens. E ele diz que o dele, do traficante Evandro, é o maior.
“Os policiais do Rio torcem pelo Evandro. E eu tive esse feedback de policiais na prática. Na hora em que eu estava tomando uma dura, uma revista, na boa, da polícia, um deles me reconheceu e falou que torcia pelo Evandro na série”, revela o ator.
Na sinopse da nova leva de episódios, Evandro e sua família estão em perigo na Bolívia. Morello e novos inimigos de cartéis locais forçam o traficante a se mudar para o Paraguai. Lá, ele amplia seus negócios vendendo armas para facções criminosas no Brasil.
Inês (Karize Brum), filha de Morello, vive uma paixão proibida, e o policial enfrenta um dilema. Ou ele autoriza o romance que afasta a filha da cocaína ou resolve intervir e usar o namorado dela como informante para aproximá-lo de seu maior rival.
Em meio a isso tudo estão a esposa de Evandro, Geise (Lorena Comparato), e a mãe dele, Arlete (Cyria Coentro). “Minha personagem está envolvida em um grande mistério, pois ninguém sabe o que aconteceu com ela no final da segunda temporada”, adianta Lorena sobre Geise, sem dar muitos spoilers.
“Mesmo que minha personagem apareça em flashbacks, eu acho que a relação dela com o Evadro continuará sendo de muito amor. Há uma guerra interna que rola entre os dois, mas a vontade de dar certo é grande”, opina.
A personagem de Cyria também teve um momento misterioso no fim da segunda leva de episódios. Ela faz um balanço da participação de Arlete na história e explica os motivos que a levam a tentar, até o último minuto, tirar o filho do caminho do mal.
“A Arlete é obcecada, aficionada pela religião. Só vê o caminho do bem, tem cegueira religiosa, mas não desiste do filho, apesar de não conseguir aceitar o que ele faz. Só uma mãe vive tantos conflitos e desencontros e permanece na mesma tentativa de salvar o filho por amor”, avalia.
Para Sergio Malheiros, o traficante Wilbert, a terceira temporada de “Impuros” será “a melhor de todas”. “Um dos principais sucessos da série vem do fato de trazer a violência como pano de fundo, mas mostrar a relação de drama dos personagens e a verticalização interpessoal deles”, diz o ator.
“Não é só tráfico de drogas, é o início da militarização do tráfico no Rio nos anos 1990. De certa forma, contamos a história desses caras que nasceram amigos e de como o tráfico impactou a família deles, as inimizades que surgem”, complementa Malheiros.
CAPOEIRA PARA SAIR DO PERSONAGEM
A terceira temporada de “Impuros” chega com ainda mais dramas pessoais e cenas carregadas de emoção e adrenalina. Com tanta carga negativa envolvida, será que foi difícil para os atores se desvencilhar dos papéis na hora de dormir?
O protagonista Raphael Logam diz que tem uma técnica infalível para se ver livre do traficante Evandro e conseguir relaxar ao fim das gravações.
“Eu sou mestre de capoeirista, então eu sempre treinava como se fosse o personagem. Quem sofria eram meus alunos. Lutava como se fosse o Evandro, ficava até com cara fechada. E quando acabava era um alívio, tirava ele de mim facilmente”, conta.
O ator foi indicado ao Emmy Internacional pelo papel e conta que passou por um mix de sensações. “Óbvio que fiquei desnorteado, maluco, berrei, chorei. A única coisa que fiquei chateado foi que o Evandro é o protagonista, mas ele é só a cereja de um bolo. Seria mais legal se todo mundo de ‘Impuros’ fosse indicado.”
Já Cyria Coentro diz que sofre demais sendo a mãe de Evandro -com muitos altos e baixos, Arlete talvez seja a personagem que mais sofra na história. Cyria, que se considera uma artista visceral, conta que se doou tanto nas gravações que até acumulou algumas dores.
“Obviamente tem cenas que exigem muito do físico. Lembro de uma cena de um sequestro dela na segunda temporada em que tive uma fita colada no meu rosto, que foi tirada e colocada várias vezes. Resultado: fiquei toda empolada por quase um mês e peguei sinusite após gravar em local inóspito.”
Cenas pesadas também são estreladas pelo ator Sérgio Malheiros e seu personagem, o traficante Wilbert. Malheiros conta que na primeira temporada era difícil desligar depois das cenas. “Passávamos tanto tempo com armas que uma vez eu estava entrando no shopping e vi um cara com um guarda-chuva. Só que na hora achei que fosse um fuzil. A gente se entrega muito.”
Para Lorena Comparato, tudo isso é reflexo da concentração e entrosamento do elenco. “O astral que tínhamos era muito bom, tínhamos a concentração necessária para cada momento e uma intimidade forte. Sinto que até as cenas mais sérias, quando acabava virava uma galhofa, estávamos sempre rindo.”