SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Com pouco mais de 15 anos de carreira, a atriz Isis Valverde, 34, comenta que a personagem Marcela, da novela “Ti ti ti” (Globo, 2011) que está sendo reprisada no Vale a Pena Ver de Novo, marcou sua carreira por ter sido sua primeira protagonista e a trouxe sorte.
“Tive a oportunidade de interpretar uma jovem mineira como eu. Gravamos em Belo Horizonte e foi muito gostoso na época estar lá, em uma cidade onde vivi, para contar essa história”, diz Valverde em entrevista a Globo, cedida para o jornal Folha de S.Paulo.
A trama foi escrita por Maria Adelaide Amaral, e teve direção de núcleo de Jorge Fernando e direção de Marcelo Zambelli, Maria de Médicis e Ary Coslov. Valverde, que já estrelou outras produções como “A Força do Querer” (2017) e “Boogie Oogie” (2014 – 2015), diz que gosta de rever seus trabalhos.
“Para mim, como atriz, é um ótimo exercício porque ao me ver atuando tenho mais noção do que posso melhorar, ajustar, fazer diferente”, conta. Para ela, sua personagem era mais madura do que as de novelas anteriores como Ana do Véu, de “Sinhá Moça”, Camila, de “Caminho das Índias”, e Rakelli, de “Beleza Pura”.
“No caso da Marcela, o meu desafio era fazer uma mocinha clássica, que sofre muito ao longo da história e, ao mesmo tempo, dar a ela uma leveza, um humor. Jorge Fernando me ajudou muito nessa parte. Como a história tinha muito humor, conseguimos trazer esse registro para a Marcela também”, afirma.
Sobre desafios em personagens, a atriz também comenta sobre Betina, papel que interpretou em “Amor de Mãe” (2020). “Betina me desafiou a contar a história dos profissionais de saúde que estão na linha de frente se arriscando todos os dias para salvar vidas. Foi uma responsabilidade muito grande, e me senti muito honrada de poder fazer isso.”
Para ela, um ponto importante foi a recepção do público para sua personagem. “A Marcela é uma mocinha que também erra, né?”, comenta, “isso traz uma humanidade ainda maior para a personagem e acredito que faz com que o público se identifique mais com ela. Ela tem uma história muito sofrida, mas também traz uma leveza consigo, que eu acho que também ajudou o público a se identificar e torcer por ela. Me senti acolhida.”
Ela também relembra da cumplicidade que teve com o diretor Jorge Fernando, que morreu em 2019 aos 64 anos, nos sets de filmagens. “[Ele] era maravilhoso, sempre deixava o set com o astral lá em cima, muito comprometido com o trabalho, com uma visão muito clara do que ele queria.”
A atriz ressalta que o ambiente dos bastidores tinham um clima bom, e que todos trabalhavam bem juntos. Quanto aos temas que envolviam sua personagem, a escrita e a moda, Valverde conta que teve ainda mais contato com as áreas por causa da trama.
“Sempre gostei de escrever, então acho que isso me ajudou na hora de criar a personagem de alguma maneira. Mesmo que escrevêssemos sobre assuntos e coisas diferentes. Eu não fiz uma grande imersão no universo da moda antes, mas a novela me permitiu esse contato”, contou.
“Gravamos no Fashion Rio e assistimos a cinco desfiles naquele dia. Isso me proporcionou uma contato muito direto com esse universo, com as pessoas que fazem parte dele”, disse ela que revelou se interessar cada vez mais por moda.
“Estou me permitindo cada vez mais brincar, experimentar coisas novas. Eu busco usar a moda a meu favor, não sou de ficar muito refém das tendências, por exemplo. Eu acompanho, gosto de estar por dentro, mas sei que nem tudo vai funcionar para mim. Acho que a graça da moda é conseguir me expressar e mostrar minha personalidade por meio dela”, concluiu.