Encerrando o mês de comemoração às mulheres, o Amazon Music lançou o minidocumentário Cantautoras, que homenageia as compositoras do Brasil e sua influência na música popular brasileira.
Dirigido por Paula Lima, a produção, feita em parceria com a União Brasileira de Compositores (UBC), homenageia artistas que ficaram na memória da música e conta com nomes de peso como Marina Lima, Sandra de Sá, Adriana Calcanhotto e Joyce Moreno .
O primeiro episódio, lançado no dia 22 de março, mostrou a primeira compositora mulher que marca a história brasileira: Chiquinha Gonzaga. O segundo, lançado nesta terça-feira, 29, homenageia a trajetória de Rita Lee e outros grandes nomes do mercado musical. O terceiro chega à plataforma no dia 5 de abril.
Em entrevista ao Estadão, Paula Lima explicou que o intuito do documentário é promover um resgate histórico da genialidade das brasileiras compositoras. “O que me impressiona é que, além de entender a força de grandes mulheres, vemos os obstáculos históricos que elas passaram e percebemos o quanto tudo evoluiu”, disse.
“Essas mulheres apresentam canções que muitas pessoas, talvez, nem saibam que poderiam ser da Maysa ou da Dolores Duran, por exemplo. Nós não sabíamos que a caneta era delas. É essencial mostrar que esse talento vem de séculos e como elas fizeram diferença na música popular brasileira”, acrescentou.
Paula ainda relata que ela, como cantora, diversas vezes performava canções escritas por homens e que é muito mais representativo cantar músicas feitas sob a perspectiva feminina. “Temos que reverenciar essas mulheres que vieram antes que também transcreveram o sentimento feminino”, reforçou.
Representatividade e reparação
A diretora ainda reforça que, para além do conhecimento histórico, Cantautoras proporciona inspiração e representatividade para novas compositoras que estejam emergindo no mercado musical.
“De cara, rola um orgulho de ser mulher ali. Acho também que a gente tem grandes nomes com uma carreira muito sólida, uma trajetória muito interessante pra se espelhar e pensar ‘eu posso também'”, explicou.
Além disso, Paula alega que, para aquelas que estão sendo homenageadas, a produção é uma forma de reparação. “Essas mulheres fizeram tanto e, agora, estão sendo reverenciadas e mais reconhecidas pelo histórico delas. Acaba sendo uma reparação para mulheres que foram reconhecidas tardiamente na carreira. É um aplauso pra quem abriu caminhos”, concluiu.