SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Richard Donner, diretor de grandes sucessos dos anos 1970 e 1980, como “Superman: O Filme” e “Os Goonies”, morreu nesta segunda-feira (5), aos 91 anos, de acordo com sua esposa, a produtora Lauren Schuler Donner. A causa da morte não foi divulgada.
Nascido em Nova York, o cineasta começou a carreira na televisão, comandando episódios de séries como “O Homem do Rifle”, “O Agente da UNCLE”, “Além da Imaginação” e “Agente 86”. A predisposição às histórias de ação e fantasia rapidamente o ajudou a fazer o salto para o cinema a estreia foi com “Uma Dupla em Ponto de Bala”, de 1968, protagonizado pelo cantor Sammy Davis Jr., sobre uma investigação que descobre um plano para derrubar o governo britânico.
Mas foi apenas oito anos depois que Donner passou a ser visto como um diretor de respeito no meio cinematográfico, com o terror “A Profecia”. Protagonizado por Gregory Peck, o longa conta a história do que seria o anticristo, um menino que é filho do Diabo. A produção é até hoje chamada de amaldiçoada, devido a uma série de acidentes ocorridos no set.
Durante as filmagens, o avião de Peck foi atingido por um raio. Três dias depois, o voo do roteirista David Seltzer passou pela mesma situação. Em seguida, o próprio Donner e o produtor Harvey Bernhard sofreram um acidente de carro. Essas e outras coincidências estranhas ajudaram “A Profecia” a se fixar no imaginário popular.
Na sequência, o cineasta foi convidado para dirigir “Superman: O Filme”. Muito antes da atual onda de heróis no cinema, o longa ajudou a construir o caminho das adaptações de quadrinhos para as telonas. Ele também assinou a sequência, “Superman 2: A Aventura Continua”.
Estrelado por Christopher Reeve, o filme seminal bateu recordes de bilheteria foi o maior sucesso de arrecadação daquele ano, 1978, e o sexto maior da história à época, com US$ 300 milhões.
“Há tantas pessoas que deixam os super-heróis tão cínicos, é deprimente. Quando eles são sombrios e raivosos com si mesmos e com o mundo, eu não acho divertido. Eu acho que há realidade demais para vermos isso também no cinema”, chegou a dizer Donner ao portal IndieWire no ano passado, em referência à nova leva de adaptações de quadrinhos para as telas.
Em seguida, vieram “Bar Max”, de 1980, “O Brinquedo”, de 1982, e “O Feitiço de Áquila”, de 1985. Este era estrelado por Matthew Broderick, Michelle Pfeiffer e Rutger Hauer. A aventura medieval contava a história de um casal amaldiçoado a nunca se encontrar na forma humana de dia ela é falcão; de noite ele é lobo.
No mesmo ano, Donner levou aos cinemas um dos maiores clássicos oitentistas já lançados ”Os Goonies”. A aventura sobre um grupo de meninos que descobre um antigo mapa do tesouro foi escrita por Steven Spielberg e Chris Columbus, e lançou nomes como Sean Astin, que participaria da trilogia “O Senhor dos Anéis”, e Josh Brolin, que eventualmente encarnaria o temível Thanos, vilão da Marvel.
Na esteira de sucessos veio ainda “Máquina Mortífera”, estrelada por Mel Gibson e Danny Glover. Donner dirigiu os quatro longas da saga sobre uma dupla de policiais de Los Angeles que precisa pôr as diferenças de lado para, no primeiro dos capítulos, caçar um traficante de drogas. De acordo com o IndieWire, Donner se preparava para comandar um quinto longa da saga.
Também foram dirigidos por ele “Os Fantasmas Contra Atacam”, com Bill Murray; “Maverick”, com Mel Gibson e Jodie Foster; “Assassinos”, com Sylvester Stallone, Antonio Banderas e Julianne Moore; “Teoria da Conspiração”, com Mel Gibson, Julia Roberts e Patrick Stewart, e “Linha do Tempo”, com Paul Walker e Gerard Butler.
Seu último trabalho foi “16 Quadras”, de 2006, sobre um policial alcoólatra, vivido por Bruce Willis, que precisa escoltar uma testemunha para o tribunal, 16 quadras distante de onde ela está.
Como produtor, por meio da empresa que fundou ao lado da esposa, The Donners Company, o cineasta americano ajudou os mutantes a chegarem às telas e deu início à bilionária franquia “X-Men”, pavimentando o caminho para que a Marvel e a DC lançassem, anos mais tarde, seus poderosos universos cinematográficos.