Um grupo de mulheres, incluindo vítimas que acusam o vereador de Piracicaba, Cássio ‘Fala Pira’ (PL) de crimes sexuais realizaram um boletim de ocorrência depois que dois advogados do parlamentar invadiram uma reunião que elas fazia dentro da Delegacia de Defesa da Mulher, ontem à noite.
Imagens registradas pelas participantes da reunião mostram os advogados Jonas Parisotto e Osmir Bertazzoni dentro da sala com, pelo menos, 15 mulheres. Segundo relatos, todas participavam de uma reunião para ter orientações sobre como é feito o procedimento para denunciar crimes sexuais. O encontro estava no início quando os advogados apareceram.


A escrivã de plantão acionou a delegada e ela determinou a retirada dos dois da sala.
Denúncias contra vereador
Ao menos dez mulheres já formalizaram denúncias contra Cássio Luiz Barbosa por crimes sexuais. Ele teve a prisão decretada e cumprida na manhã da última quinta-feira (10). Ele passou por audiência de custódia na sexta-feira (11), mas a Justiça manteve a prisão do vereador por 30 dias. Ele foi levado para a cadeia de Tremembé. Cássio nega todas as acusações e afirmou que vai provar sua inocência.

Defesa critica decisão judicial
Os advogados do parlamentar consideram que a decisão é ilegal e afirmam que houve abuso de autoridade e constrangimento ilegal.
“Ocorre abuso de autoridade e constrangimento ilegal com nosso cliente. Vamos tomar as providências cabíveis. No nosso entendimento, a prisão temporária dele deveria ter sido de cinco dias e, excepcionalmente, prorrogada por mais cinco dias”,
declarou o advogado Jonas Parisotto.
Outro advogado de defesa, Osmir Bertazzoni, disse que as denúncias surgiram em sequência e classificou a situação como um ‘efeito manada’.
“Uma [mulher] foi e fez a denúncia. A denúncia é infundada, até porque nós temos provas de que ela não estava sozinha com o Cássio. O sistema de segurança da Câmara mostra que ela mentiu. Atrás dela, fizeram grupos nas redes sociais para as pessoas denunciarem. Por uma série de motivos, um cargo prometido, algo que prometeu fazer e não conseguiu, as pessoas acabam lançando esses ataques. As pessoas estão mentindo. Isso será provado nos autos do processo”,
afirmou Bertazzoni.
Situação de vereador na Câmara
A Câmara Municipal de Piracicaba publicou, nesta segunda-feira (13), um ato da presidência que suspendeu a função pública do vereador. A medida cumpre uma determinação judicial expedida após a prisão do parlamentar, ocorrida na última quinta-feira (9).
De acordo com a decisão assinada pela juíza Ana Cláudia Madeira de Oliveira, foi imposta ao vereador uma medida cautelar prevista no artigo 319, inciso VI, do Código de Processo Penal, que determina a suspensão do exercício da função pública até a conclusão das investigações.
No dia da prisão, o vereador havia pedido uma licença de 120 dias, aprovada em plenário pelos demais parlamentares. Agora, com a suspensão judicial, o afastamento é por tempo indeterminado.
Em nota, a Câmara de Piracicaba reafirmou que “tem prestado suporte irrestrito às autoridades competentes e segue acompanhando o caso para garantir que as medidas administrativas e regimentais sejam tomadas”.
O departamento de comunicação do Legislativo informou que não haverá convocação do suplente neste momento, o que só ocorreria caso o afastamento ultrapasse 120 dias.
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