O processo de desassoreamento do rio Piracicaba foi iniciado hoje (31) na metrópole. Segundo a Prefeitura, a ação é uma das medidas preventivas que o município adota para o período chuvoso a fim de evitar enchentes e alagamentos (entenda mais sobre o procedimento abaixo).
As obras para retirada de terra, pedras, troncos de árvores, lixo e outros resíduos do manancial serão realizadas entre a Ponte do Mirante, onde ocorre o deságue do Córrego Itapeva, e o Ribeirão do Enxofre, na Avenida Jaime Pereira. O trecho é um dos principais pontos com risco de alagamento da cidade, segundo a Administração.
Nesta quarta-feira, os trabalhos começaram com a entrada de máquina no leito do rio, para retirada de material e limpeza. No local onde acontece o deságue do ribeirão do Enxofre também foi construído sistema de contenção por gabiões (estrutura drenante e de grande durabilidade e resistência), para evitar a formação de processos erosivos.
Veja fotos dos serviços realizados neste primeiro dia:
O valor da obra é de R$ 14.948.574,70 custeados via Finisa (Financiamento à Infraestrutura e ao Saneamento). A licitação do serviço de desassoreamento foi aberta em novembro de 2023.
O que é desassoreamento e como será a obra no Rio Piracicaba?
De acordo com o CBH-PCJ (Comitês das Bacias Hidrográficas dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí), o desassoreamento é uma ação realizada para aumentar a capacidade de vazão dos cursos d’água e retirar materiais sólidos indesejados, melhorar a qualidade da água e prevenir as enchentes.
Dessa forma, o projeto em Piracicaba prevê os seguintes serviços:
- Remoção, movimentação, carga e descarga e transporte de sedimentos;
- Desobstrução, proteção e direcionamento das descargas do córrego Itapeva e do ribeirão do Enxofre no Rio Piracicaba;
- Desobstrução e remoção das ilhas criadas por sedimentos e detritos carregados dentro do rio Piracicaba, incluindo a remoção de entulho de obras abaixo das pontes localizadas desde a 50m à jusante (sentido da correnteza, da nascente para a foz) da descarga do córrego Enxofre no rio Piracicaba;
- Remoção da vegetação dentro das ilhas criadas pelo acúmulo de sedimentos e detritos e nas margens do rio;
- Relocação de pedras no leito do rio Piracicaba em pontos previamente definidos, impedindo a nova formação de acúmulo de material.
Além dos serviços de desassoreamento, algumas leucenas foram removidas das margens. Segundo a Prefeitura, a leucena é um tipo de arbusto exótico, considerado uma praga pelo seu alto potencial de reprodução e crescimento rápido, que inibe o desenvolvimento das nativas do Brasil, causando um impacto negativo à biodiversidade.
O projeto do desassoreamento ainda prevê plano de manejo arbóreo, com o plantio de espécies nativas no lugar das leucenas. Entre as espécies, serão plantadas guapuruvu, farinha-seca, pau-formiga, tamboril e ingá, espécies que criam condições de reprodução e fornecem alimento à fauna.
O trecho é o mesmo da mortandade de peixes?
Não, o trecho que passará por desassoreamento não é o mesmo das mortandades de peixes no rio Piracicaba.
Nos últimos dias 7 e 15 de julho, pontos do rio na região da Rua do Porto e do Tanquã, área de proteção ambiental conhecida como pantanal paulista, foram atingidos pela morte de toneladas de peixes.
Pelo crime ambiental, a Usina São José S/A Açúcar e Álcool, de Rio das Pedras, foi multada em R$ 18 milhões. A empresa é apontada pela Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo) como a única responsável pela morte dos animais nas duas mortandades anteriores (relembre aqui o caso).
*Com informações de Edijan Del Santo/EPTV Piracicaba
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