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PiracicabaCotidianoFábrica clandestina do interior de SP produzia fuzis para o Comando Vermelho, revela investigação

Fábrica clandestina do interior de SP produzia fuzis para o Comando Vermelho, revela investigação

Operação da PF e da PM paulista descobriu galpão com 150 fuzis prontos e capacidade para produzir até 3,5 mil armas por ano

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Uma investigação mostrou que a fábrica clandestina de armas descoberta em Santa Bárbara d’Oeste  em agosto deste ano abastecia o CV (Comando Vermelho), no Rio de Janeiro. Segundo a PF (Polícia Federal), o local funcionava como uma linha de produção industrial, com máquinas avaliadas em milhões de reais, e era uma das principais fornecedoras de fuzis de guerra para o crime organizado.

A descoberta da fábrica ocorreu em 20 de agosto, durante uma operação conjunta da Polícia Militar e da Polícia Federal. Dois homens foram presos em flagrante em Americana, cidade vizinha, enquanto descarregavam caixas com peças para montar 40 fuzis modelo AR-15 em uma casa no bairro Novo Mundo. A ação levou os agentes até o galpão usado como indústria de armamentos em Santa Bárbara d’Oeste.

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De acordo com o setor de inteligência da PM, o esquema abastecia facções criminosas em São Paulo e no Rio de Janeiro, incluindo o Comando Vermelho, principal organização criminosa do estado fluminense.

Estrutura de indústria de alta precisão

No galpão em Santa Bárbara d’Oeste, a PF encontrou pelo menos 11 equipamentos industriais de alta precisão, como tornos e fresadoras, além de moldes e softwares especializados em usinagem. Segundo a investigação, a estrutura era capaz de fabricar até 3,5 mil fuzis por ano.

Os policiais apreenderam cerca de 150 fuzis prontos e mais de 30 mil peças. A fábrica se apresentava formalmente como uma indústria de peças aeronáuticas, mas na prática produzia armas de grosso calibre com alto padrão técnico.

Prisões e transporte de armas

Pelo menos uma vez por mês um dos suspeitos levava fuzis produzidos em São Paulo até o Complexo do Alemão, no Rio, além de comunidades da Zona Norte e áreas dominadas por milícias. Ele foi preso em flagrante com 13 fuzis na Via Dutra, quando tentava entregar o carregamento.

Em outra etapa da operação, a PF prendeu duas pessoas, integrantes do núcleo operacional da quadrilha, transportando peças suficientes para montar 80 fuzis. A dupla havia acabado de sair da fábrica em Santa Bárbara e seguia para o depósito do grupo, localizado em Americana.

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Ligação com o Comando Vermelho

A investigação da Delegacia de Repressão a Drogas da Polícia Federal revelou que o esquema paulista e mineiro era uma nova e sofisticada fonte de armamento para o Comando Vermelho. Até então, a maioria das armas da facção chegava ao país por rotas internacionais, como a fronteira com o Paraguai e a região amazônica.

No celular do suspeito, a PF encontrou mensagens trocadas com o destinatário das armas – um integrante do CV responsável por distribuir o material nas comunidades do Rio.

Segundo informações, a fachada usada pela quadrilha era o CNPJ de uma empresa registrada como fabricante de peças aeronáuticas. O negócio estava em nome de um piloto que ficou conhecido em 2015 após sobreviver à queda de um avião que pilotava no mar da Praia do Leblon, no Rio de Janeiro.

Denúncia e monitoramento 

De acordo com a Polícia Federal, o galpão de Santa Bárbara d’Oeste passou a ser monitorado após denúncias de movimentação suspeita. Foi observado uma rotina noturna intensa e ausência de atividades durante o dia, o que chamou a atenção dos policiais.

As equipes também destacaram a sofisticação técnica da produção que, diferente de armas feitas por impressoras 3D, os fuzis eram usinados em blocos de metal, o que os tornava mais resistentes e precisos.

Continuidade das investigações

Os dois presos em Americana – um morador de Campinas, de 38 anos, e outro de São João da Boa Vista, de 33 – foram autuados por posse e comércio ilegal de arma de fogo, crimes que podem resultar em penas de até 18 anos de prisão.

Eles confessaram trabalhar na fabricação das armas e indicaram o galpão em Santa Bárbara. A Polícia Federal continua as investigações para identificar outros envolvidos e rastrear possíveis compradores do armamento.

As informações da investigação mais recente foram divulgadas com exclusividade pelo Fantástico, da TV Globo

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