Piracicaba está em emergência em saúde pública. A medida foi adotada pela Prefeitura nesta segunda-feira (19), após o avanço dos casos de SRAG (Síndrome Respiratória Aguda Grave) e infecções virais, principalmente em crianças. O decreto nº 20.472/2025, publicado no Diário Oficial do Município, visa reforçar a capacidade da rede de saúde para evitar a desassistência da população mais vulnerável.
A principal preocupação é com o número elevado de crianças com quadros respiratórios graves que estão sendo internadas. A situação é reflexo da sazonalidade de vírus respiratórios e da alta demanda nas unidades de saúde.
Emergência em Piracicaba: centro de operações para crise respiratória
Com o decreto, foi instalado o COES (Centro de Operações de Emergência em Saúde) Sintomáticos Respiratórios Piracicaba, que vai coordenar o monitoramento e a gestão da crise. A coordenação do COES está sob responsabilidade do secretário municipal de Saúde, Dr. Sergio Pacheco, e da secretária-executiva de Vigilância em Saúde, Luciana Canetto.
O estado de emergência tem validade de 120 dias, podendo ser prorrogado conforme a evolução dos indicadores epidemiológicos na cidade.
Leitos ampliados e queda na fila de espera
Desde o último sábado (17), a Prefeitura já vinha emitindo alertas sobre o aumento das internações. Naquele dia, 17 crianças aguardavam vagas em enfermaria, sendo duas em UTI. Nesta segunda-feira, esse número caiu para três crianças — duas de Piracicaba e uma de Capivari — que já conseguiram vagas em enfermaria.
A melhora no cenário foi possível após um pedido da Secretaria de Saúde, feito em 13 de maio, para que os hospitais Fornecedores de Cana e Santa Casa de Piracicaba ampliassem os leitos exclusivos para SRAG infantil. Com isso, o número de leitos disponíveis para atendimento pediátrico subiu para 66, incluindo enfermarias, UTI pediátrica e UTI neonatal.
Apesar da redução na fila, o vice-prefeito e secretário de Saúde, Dr. Sérgio Pacheco, reforça que a situação ainda é crítica.
“Temos vagas para estas crianças, mas vão aparecer outras, uma vez que a procura por atendimento nas unidades de saúde está muito grande. É importante destacar que a Saúde trabalha de forma técnica, ou seja, se algum caso mais grave aparecer, ele será priorizado”,
afirmou.
Medidas emergenciais e recursos federais
Segundo Dr. Pacheco, a declaração de emergência permite a adoção de medidas excepcionais e temporárias, como reforço de equipes médicas, ampliação de leitos e flexibilização em processos de contratação e aquisição de insumos. Também possibilita acesso a recursos federais destinados ao enfrentamento da crise.
“As licitações para atender a estes casos são mais rápidas, os hospitais recebem mais rapidamente pelos leitos a mais oferecidos, sem prejudicar o equilíbrio financeiro destas entidades filantrópicas, por exemplo”,
explicou o secretário.
Casos e perfil dos internados
De acordo com a Vigilância Epidemiológica Municipal, até 18 de maio, foram hospitalizadas 307 pessoas por SRAG em Piracicaba em 2025. Desse total:
- 4 eram crianças menores de 1 ano
- 98 crianças entre 1 e 9 anos
- 18 adolescentes (10 a 19 anos)
- 76 adultos com menos de 60 anos
- 111 idosos com mais de 60 anos
Vacinação contra a gripe continua
A campanha de vacinação contra a gripe segue em andamento em todas as salas de vacina da cidade, de segunda a sexta-feira, das 8h às 15h. No próximo sábado (24), a Secretaria de Saúde vai organizar pontos volantes de vacinação, com locais a serem divulgados em breve.
Também está sendo estudada a retomada da vacinação em horário noturno, das 17h às 20h, em cinco Unidades Básicas de Saúde, após a suspensão ocorrida na última sexta-feira (16) por baixa adesão.
Segundo a secretária-executiva de Vigilância em Saúde, Luciana Canetto, a medida está sendo reavaliada.
“O horário de vacinação noturna foi encerrado devido à baixa procura da população, apesar disso, estamos reavaliando a abertura caso essa demanda cresça nos próximos dias”,
disse.
Até o momento, 43.200 doses da vacina contra a gripe foram aplicadas em Piracicaba, sendo 24,85% destinadas a gestantes, idosos e crianças. A meta é imunizar 90% do público-alvo.
Quando procurar atendimento
A secretaria Municipal de Saúde orienta que, em caso de sintomas gripais com sinais de agravamento, os moradores devem procurar as UPAs (Unidades de Pronto Atendimento) ou a UBS (Unidade Básica de Saúde) mais próxima.
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