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PiracicabaCotidianoQuem são os advogados presos suspeitos de mandarem matar casal após golpe de R$ 15 milhões

Quem são os advogados presos suspeitos de mandarem matar casal após golpe de R$ 15 milhões

José Eduardo Pavan e Rosana Ferrari foram assassinados em abril após serem enganados e roubados por profissionais que haviam contratado

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Dois advogados foram presos nesta terça-feira (17) suspeitos de mandarem matar um casal de clientes para encobrir um golpe milionário. José Eduardo Pavan, de 69 anos, e Rosana Ferrari, de 61, moradores de Araraquara e proprietários de uma escola infantil, foram assassinados no início de abril em São Pedro.

Os advogados Hércules Praça Barroso, de 44 anos, e Fernanda Barroso, de 47, foram presos em um condomínio de alto padrão em São Carlos, interior paulista. Eles são apontados como os mandantes do duplo homicídio. O casal mantinha uma relação profissional com as vítimas há mais de 10 anos.


Também foram presos Carlos Cesar Lopes de Oliveira, de 57 anos — motorista particular e ex-candidato a vereador em São Carlos —, e Edinaldo José Vieira, de 54 anos. Eles são suspeitos de executar o crime. Um foi capturado em São Carlos e o outro em Praia Grande, no litoral paulista.

Advogados apontados como mandantes do assassinato do casal

Hércules e Fernanda são donos de um escritório de advocacia fundado em 2007 no bairro Parque Faber, em São Carlos. A banca atua nas áreas de Direito Civil, Imobiliário, Trabalhista, Tributário e do Consumidor.

Apesar de ser gerido por dois sócios, apenas o currículo de Hércules é exibido no site institucional, onde ele se apresenta como “Especialista em Ciências Criminais pela USP (Universidade de São Paulo)”.

O site também reforça um discurso de confiança e confidencialidade: “O diferencial do escritório é a sua atuação personalizada, mantendo-se uma estreita e sólida relação com o cliente, oferecendo soluções eficazes e rápidas para as questões apresentadas. A ética profissional é o princípio basilar do escritório”.

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Operação “Jogo Duplo”

As prisões aconteceram durante a Operação “Jogo Duplo”, deflagrada pela Polícia Civil nesta terça-feira. Foram cumpridos mandados de busca e apreensão em imóveis nos bairros Parque Tecnológico Dama I, Parque Faber Castel e Jardim Munique, em São Carlos.


A Justiça determinou ainda o bloqueio das contas bancárias dos quatro investigados e o sequestro de bens dos advogados. Entre os itens apreendidos estão quatro veículos, joias, celulares, computadores, facões, uma pistola, um revólver calibre 38 e uma espingarda de uso restrito.


Casal teve prejuízo de 15 milhões de reais

As investigações apontam que os advogados teriam forjado despesas processuais e cobrado dos clientes R$ 2,8 milhões por procedimentos que não existiam. Para isso, falsificaram documentos e até uma decisão judicial. Eles também teriam se apropriado de cerca de R$ 12 milhões em imóveis das vítimas, alegando “proteção patrimonial” – entenda mais abaixo.


Bens transferidos para os advogados

Segundo a delegada responsável pelo caso, Juliana Ricci, o casal de empresários comprou 16 flats em São Carlos, em 2013. Mas, o empreendimento não teve sucesso.

José Eduardo ficou responsável pela execução do projeto, só que também não teve êxito. Para evitar que o patrimônio pessoal fosse afetado, o casal recorreu aos advogados e constituiu uma holding, que foi registrada em nome dos próprios defensores.

“As vítimas, em conluio com os advogados, criaram empresas para blindar o patrimônio. Elas sabiam muito bem o que estavam fazendo, que estavam passando seus bens para os advogados com a intenção de não pagar os credores. Nesse primeiro momento, as vítimas participaram sim do conluio. Pela nossa investigação, quando a Justiça determinou que os bens eram dos advogados, eles não queriam devolver e decidiram eliminar as vítimas”,

explica a delegada Juliana.

Ainda segundo Juliana, o casal não tinha filhos nem pais vivos. “Imaginamos que eles arquitetaram o crime para se apossar de forma definitiva dos bens das vítimas, porque eles não tinham descendentes. Era um casal sem filhos. Os pais também já são falecidos e os bens deles estão no nome dos advogados. Eles morrendo, quem questionaria isso?”, afirma.

Assassinato

A última vez que as vítimas foram vistas com vida foi em 4 de abril. Elas saíram de Araraquara rumo à chácara que mantinham em São Pedro. No trajeto, fizeram uma parada em um sítio na zona rural da cidade, onde foram vistos com um dos investigados.

Naquela mesma noite, a caminhonete das vítimas foi levada até a chácara e abandonada. José Eduardo foi encontrado no banco de trás, com marcas de tiros e as mãos amarradas. Rosana estava morta na caçamba do veículo. Os corpos só foram localizados dois dias depois, em 6 de abril. Celulares e carteiras não foram encontrados.

Defesa nega envolvimento

O advogado Reginaldo da Silveira, que representa o casal de advogados presos, afirmou que as provas contra eles são frágeis. Ele reconhece que havia uma relação profissional entre os investigados e as vítimas, mas nega qualquer envolvimento no crime.

“Havia uma relação entre as partes, uma relação de escritório de advocacia, onde honorários eram pagos através de imóveis, não eram pagos em espécie. Nós vamos conseguir provar a inocência do casal. Agora está iniciando a fase de tomada de depoimentos, mas vamos comprovar que realmente a única relação que havia era justamente a de advogado-cliente, nada mais do que isso”,

afirmou.

Tentativa de entrar na empresa do casal

O irmão de Rosana conversou com a reportagem da EPTV. Ele conta que Fernanda Barroso, suspeita de ser uma das mandantes do crime, foi ao velório do casal e queria ter acesso à empresa das vítimas.

“Ela veio me procurando, mas eu não cheguei a conversar com ela. Ela conversou com o meu filho, conversou com a funcionária querendo ir lá, mas a funcionária falou: ‘Não, não posso abrir lá’. Mas ela queria ir lá”,

afirma o homem, que preferiu não se identificar.

De acordo com ele, os advogados trabalhavam para a família há mais de 10 anos. “A gente não tinha esse conhecimento dessas transferências para o advogado. A gente não sabia. Sabia que tinha esse processo aí que a minha irmã falou se ele ganhava, né, ia voltar a vida deles ao normal, mas agora os porquês a gente não tinha conhecimento. Foi um crime premeditado”, lamenta.

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