Seca transforma Rio Piracicaba em ‘mar de pedras’ e afeta turismo na metrópole

O junho mais seco dos últimos seis anos transformou a paisagem do Rio Piracicaba. Sem chuvas desde o dia 27 de maio, o salto do manancial tem pedras aparentes no trecho próximo à Ponte Pênsil, na região central da metrópole. A marca, de 24,45 mil litros de água por segundo, não atinge o volume esperado para julho, mês que entra agora, que é de 60,25 mil litros de água, de acordo com o Sistema de Telemetria das Bacias PCJ (Piracicaba, Capivari e Jundiaí).

O nível do rio também está baixo. O registro mostrou 1,07 centímetros de profundidade nesta segunda-feira (1°). A média para o mês é de 1,40 metros, ou seja, está 23,57% abaixo.

A paisagem é bem diferente de outubro do ano passado, quando o rio atingiu 4,43 metros de profundidade após fortes chuvas que atingiram a cidade.

Veja a comparação do rio em tempos de cheia e os registros deste último domingo (30), durante a estiagem:

Além da situação de seca, a equipe da EPTV também flagrou lixo em vários pontos às margens do rio. Foram encontradas embalagens de alimentos, chinelos, luvas e sacolas plásticas.

Prejuízo nos passeios de barco do Rio Piracicaba

A baixa vazão do Rio Piracicaba também prejudicou os passeios turísticos de barco. A atividade é realizada desde 2008 e chega a transportar até 300 pessoas por dia na alta temporada.

O pescador Luís Fernando Magossi, conhecido como Gordo, é responsável pelo circuito no Rio Piracicaba e contou que, por conta da estiagem, precisou mudar de rota.

“Ao invés de sair com o barco da Rua do Porto, onde eu sempre fico, eu preciso descer até a Ponte do Morato para conseguir seguir com a minha rota. Fazendo isso, eu não fico sem o passeio, porque eu vivo dele, vivo do turismo”, disse Magossi.

O pescador comentou que geralmente faz esse caminho alternativo durante os meses agosto e setembro, período de maior predominância da falta de umidade na região Sudeste. Mas, com a estiagem severa do início do Inverno deste ano, o plano B teve que ser antecipado.

“Nós temos que rezar para chover, é só rezar para São Pedro, não tem outro jeito”, afirmou.

O Gordo usa um equipamento ao longo do trajeto para verificar por onde pode passar. Em um dos trechos, o motor do barco precisa ser levantado e o condutor reduz a velocidade para conseguir passar.

*Com informações de Edijan Del Santo/EPTV Piracicaba

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