O número de pessoas em busca de tratamento para o vício em jogos de azar tem crescido na região de Piracicaba. Nos últimos 12 meses, os CAPS (Centros de Atenção Psicossocial) das principais cidades da região registraram 13 atendimentos de pessoas com transtorno do jogo. Piracicaba teve o maior número de casos, com seis registros, seguida de Santa Bárbara d’Oeste (4) e Limeira (3).
Segundo especialistas, o transtorno do jogo pode causar impactos graves na vida dos jogadores e de suas famílias. Ansiedade, angústia, insônia e depressão estão entre os sintomas mais comuns. O psiquiatra William Augusto Araujo explica que o jogo age no cérebro de forma semelhante a substâncias psicoativas, como álcool e drogas.
“Assim como as outras substâncias psicoativas, como álcool e outras drogas, os jogos liberam uma quantidade muito grande de dopamina num curto intervalo de tempo, de tal modo que, ao longo do tempo, os prazeres pequenos e comuns do dia a dia, que são saudáveis, se tornam obsoletos”
explica.
Como buscar tratamento para jogos de azar
O limite para buscar ajuda é quando a pessoa tenta parar e não consegue, resultando em uma perda de controle da situação. Uma mulher, que preferiu não ser identificada, relatou à EPTV que o vício começou com o baralho, mas de um ano para cá ela conheceu o jogo on-line, achando que era “brincadeira”. Depois, virou algo sério.
Um dia, ela chegou a gastar todo o salário dela e do marido em apenas duas horas de jogo. “Quando foi mais tarde, que já não tinha mais dinheiro, meu esposo pediu dinheiro para ir comprar mistura. Eu não tinha nem como falar para ele que eu não tinha o dinheiro”.
“O jogo é tão injusto, ele causa um transtorno tão grande na vida de uma pessoa, porque ele faz você ganhar. Eu ia dormir jogando e acordava jogando. A minha vida parou”, disse.
A boa notícia é que o vício tem tratamento e funciona. Ele pode ser feito de graça, pelo SUS (Sistema Único de Saúde), diretamente no CAPS.
O médico psiquiatra do CAPS de Indaiatuba explica que o atendimento psicológico é multiprofissional, com terapia em grupo e individual, e em alguns casos uso de medicamentos e de tratamento de outras doenças que podem desencadear o vício, como ansiedade, por exemplo.
*Com informações de Bianca Rosa/EPTV Campinas
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