As Paralimpíadas de Paris voltam a atrair a atenção do mundo para a capital francesa a partir desta quarta-feira (28), quando, às 15h, acontece a cerimônia de abertura que será transmitida no Youtube (saiba mais abaixo). Na programação esportiva, que segue até 8 de setembro, três atletas que treinaram por anos no centro esportivo Fran TT, no bairro Jardim Monumento, em Piracicaba, compõem a delegação do Brasil de tênis de mesa.
Representada pelos esportistas Danielle Rauen, Jennyfer Marques Parinos e Luiz Filipe Guarnieri Manara e outros 12 competidores de outras regiões do país, a equipe verde-amarela está pronta para lutar pelo seu primeiro ouro paralímpico na modalidade.
Até o momento, o Brasil tem oito medalhas no tênis de mesa na história dos Jogos Paralímpicos, três de prata e cinco de bronze.
O tênis de mesa paralímpico é praticado por atletas com paralisia cerebral, amputados, cadeirantes e pessoas com deficiência intelectual. São 11 classes. De 1 a 5 para cadeirantes. De seis a 10, para “andantes”. Nos dois casos, vale a regra: quanto menor o número da classe, maior a restrição de mobilidade. A classe 11 é para andantes com deficiência intelectual.
Conheça os atletas que representam Piracicaba nas Paralimpíadas:
Danielle Rauen – classe 9
Catarinense de São Bento do Sul, Danielle, de 26 anos, disputará em Paris a competição individual, de duplas femininas (com Bruna Alexandre) e mistas (com Luiz Felipe Manara).
A atleta descobriu, aos quatro anos de idade, que sofre com artrite reumatóide juvenil – doença que causa atrofia nos músculos e degenera articulações – e passou a controlar com medicação. Começou a jogar tênis de mesa na escola, aos nove anos, com pessoas sem deficiência. Aos 13 anos, Danielle passou a integrar a seleção brasileira paralímpica da modalidade.
Nos Jogos Parapan-Americanos do ano passado, em Santiago, Chile, ela conquistou medalhas de ouro em tudo que disputou – individual feminino, duplas femininas e duplas mistas.
No que diz respeito aos Jogos Paralímpicos, os quais disputará em sua terceira edição, Dani Rauen também tem história. Ou melhor, medalhas. Foi bronze por equipes no Rio 2016 (classes 6-10) e em Tóquio 2020 (classes 9-10).
Jennyfer Marques Parinos – classe 9
Natural de Santos, Jennyfer, de 28 anos, fará dupla com a atleta Sophia Kelmer. Ela descobriu, com um ano de idade, uma doença conhecida como raquitismo hipofosfatêmico. Como os ossos dela enfraqueceram devido à patologia, as pernas arquearam. A atleta chegou ao tênis de mesa em 2009, por indicação de uma vizinha que praticava a modalidade paralímpica.
Ouro nas duplas femininas WD14-20 e prata na individual feminina e nas duplas mistas XD14-17 nos Jogos Parapan-Americanos de Santiago 2023; bronze por equipes nos Jogos Paralímpicos de Tóquio 2020; prata no individual nos Jogos Parapan-Americanos Lima 2019; bronze por equipes na classe 6-10 nos Jogos Paralímpicos Rio 2016; prata nos Jogos Parapan-Americanos de Toronto 2015; bronze por equipes no Mundial da China 2014.
Luiz Filipe Guarnieri Manara – classe 8
Natural de Mogi Mirim, Luiz, de 33 anos, tem paralisia cerebral. Conheceu o tênis de mesa em Brasília, como forma de fisioterapia. Quando voltou a morar em sua cidade natal, passou a praticá-lo visando competições.
Tricampeão no individual masculino pela classe 8 nos Jogos Parapan-Americanos (Santiago 2023, Lima 2019 e Toronto 2015); e bicampeão por equipes no Parapan (Lima 2019 e Toronto 2015) e bronze nas duplas masculinas MD18 em Santiago 2023. O atleta está em busca de sua primeira medalha em Jogos Paralímpicos.
Calendário das disputas do tênis de mesa nas Paralimpíadas 2024
Quinta-feira (29)
- 05h45 – Jorge Cardona (ESP) / Ander Cepas (ESP) vs. Luiz Filipe Manara (BRA) / Claudio Massad (BRA)
- 8h – Liu Jing (CHN) / Xue Juan (CHN) vs. Carla Maia (BRA) / Marliane Santos (BRA)
- 8h – Fawzia Elshamy (EGI) / Ola Soliman (EGI) vs. Catia Oliveira (BRA) / Joyce de Oliveira (BRA)
- 9h30 – Hou Chuxiao (CHN) / Xiong Guiyan (CHN) vs. Sophia Kelmer (BRA) / Jennyfer Parinos (BRA)
- 14h15 – Danielle Rauen (BRA) / Luiz Filipe Manara (BRA) vs. A definir
- 16h45 – Paulo Sérgio Salmin (BRA) / Bruna Alexandre (BRA) vs. A definir
O que nós sabemos sobre a cerimônia de abertura das Paralimpíadas?
Assim como a cerimônia de abertura olímpica, a cerimônia paralímpica será realizada pela primeira vez fora de um estádio.
Mas não contará com barcos flutuando no Rio Sena. Em vez disso, os atletas participarão do que está sendo descrito como um “desfile popular” viajando por alguns dos marcos mais icônicos de Paris, localizados ao longo da rota entre os Champs-Elysées e a Place de la Concorde.
Os espectadores podem assistir gratuitamente ao longo da rota antes do desfile oficial e antes que as formalidades comecem na Place de la Concorde para os que compraram ingresso. Os organizadores estimam que cerca de 50.000 pessoas assistirão à cerimônia.
A cerimônia contará com a usual mistura de música e movimento e artistas com deficiência serão protagonistas do show.
Delegação brasileira
O Brasil será representado por uma delegação de 280 atletas. O grupo é formado por 255 esportistas com deficiência, 19 atletas-guia (sendo 18 do atletismo e 1 do triatlo), três calheiros da bocha, dois goleiros do futebol de cegos e um timoneiro do remo.
No total, o Brasil soma 373 medalhas conquistadas em 11 edições de Jogos Paralímpicos, sendo 109 de ouro, 132 de prata e 132 de bronze.
Como assistir às Paralimpíadas?
No Brasil, é possível assistir por meio do canal do Comitê Paralímpico Internacional (IPC, na sigla em inglês) no Youtube.
O Sportv2 também fará a transmissão.
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