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Política3º ato contra Zema reúne milhares de policiais em BH; jornalistas são agredidos

3º ato contra Zema reúne milhares de policiais em BH; jornalistas são agredidos

3º ato contra Zema reúne milhares de policiais em BH; jornalistas são agredidos

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Milhares de policiais voltaram a protestar contra o governador Romeu Zema (Novo) nesta quarta-feira, 9, na praça Rui Barbosa (da Estação), no centro de Belo Horizonte. Os organizadores do movimento estimaram em 40 mil o número de policiais militares e civis, bombeiros, agentes penais, prisionais, socioeducativos e da Defesa Civil, escrivães, peritos criminais e analistas de segurança participantes. O protesto é o terceiro de uma série de atos que tiveram início no dia 21 de fevereiro, com término na Assembleia Legislativa, e no 25, no Palácio Tiradentes, sede do Executivo estadual.

No início da tarde, parte dos manifestantes foram em direção à antiga sede do governo estadual, o Palácio da Liberdade, na praça de mesmo nome.

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Na manhã de hoje, o TJ-MG (Tribunal de Justiça de Minas Gerais) publicou decisão proibindo os manifestantes de utilizarem bombas no protesto, o que ocorreu nos atos anteriores. O documento determinou também que os agentes de segurança “não invadam prédios públicos e privados e a rampa do Palácio Tiradentes ou o centro de convivência da Cidade Administrativa”. Foi determinada pela corte multa de R$ 100 mil por hora, para cada um dos dez sindicatos que representam os profissionais das forças de segurança.

Apesar da proibição, os policiais utilizaram à exaustão bombas, que explodiam a cada momento no entorno do protesto. No caminho entre a praça da Estação e a praça da Liberdade, jogaram bombas em calçadas e em “bocas de lobo”, causando ruídos estrondosos.

A rede de TV Band divulgou nota no início da tarde de hoje, cobrando da Polícia Militar (PM) mineira a “garantia de segurança” para os profissionais de imprensa envolvidos na cobertura do protesto. O grupo informou que “dois repórteres, Laura França (TV Band Minas) e Caio Tárcia (BandNews FM BH), foram alvos de violência em manifestação das forças de segurança de Minas Gerais, após explosão de artefatos explosivos”.

No comunicado, o grupo Bandeirantes cobra providências “contra o incidente que colocou em risco a integridade física dos profissionais da empresa”.

“Laura França sofreu um traumatismo auditivo após o estouro de uma bomba ao lado dela. Já o Caio Tárcia foi hostilizado pelos manifestantes e alvo de uma bomba lançada contra ele, enquanto acompanhava o ato no Centro de Belo Horizonte”, informa o grupo Bandeirantes.

Neste terceiro protesto, após 17 dias de paralisação, com a adoção de “operações padrões”, os manifestantes cobram recomposições salariais acertadas com Zema em 2019, mas o mandatário ofereceu 10,6%, o que não foi aceito pelas forças de segurança.

Em 24 de fevereiro, véspera do segundo protesto de policiais, o TJ-MG determinou o fim da paralisação de duas categorias das forças de segurança: policiais civis e penais.

Impacto

A adoção de “operações padrões” pelas forças de segurança causou impactos para a população como filas de carros no departamento de trânsito (Detran) e pelo menos um motim em presídios, por conta da interrupção de visitas a presos em diversas unidades do sistema carcerário mineiro.

Desde o início do movimento, na semana que antecedeu o carnaval, motoristas e despachantes enfrentam grande lentidão nos guichês do Detran, no bairro Gameleira, na zona oeste de Belo Horizonte, por conta da “operação padrão”, com somente 30% do número de agentes atuando. O movimento provocou ainda filas de carros na porta do departamento, que chegaram a ocupar três quarteirões no entorno do órgão. As pessoas esperam horas para serem atendidas. Mesmo os serviços com agendamento estão deixando as pessoas à espera de horas para serem atendidas.

O movimento ainda causou um motim em presídio de Minas Gerais, desde seu início há 17 dias, com a transferência de 62 presos da penitenciária de Nova Lima (MG), município da região metropolitana da capital mineira, dois deles feridos. O caso ocorreu na noite desta segunda-feira (7) e mobilizou as forças de segurança de Minas Gerais.

De acordo com os parentes dos presidiários, a redução dos serviços por conta da “operação padrão” dos policiais penais (proibidos pela Justiça de paralisação) foi o motivo para o motim dos presos, agravado pela “superlotação e situação precária” da penitenciária de Nova Lima.

Resposta

A Secretaria de Justiça e Segurança Pública do Estado informou na tarde desta quarta-feira, 9, que vai apurar as condutas de servidores que durante o protesto “contrariam determinação judicial no tocante à paralisação de atividades ou no que diz respeito a comportamentos inadequados e inaceitáveis durante as manifestações”.

A nota da Secretaria de Justiça e Segurança Pública mineira, embora ressalte que o governo estadual “não compactua com desvios de condutas de servidores públicos, que devem ser os primeiros a prezar e zelar pela segurança do cidadão mineiro”, não fala sobre as bombas utilizadas pelos manifestantes e cita nominalmente a repórter da TV Band Minas, Laura França, “que teve de ser socorrida e encaminhada ao hospital, depois de um artefato explosivo estourar no seu entorno”, mas não esclarece se vai investigar o caso.

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