Apoiadores de Jair Bolsonaro comemoram nas redes sociais a aquisição do Twitter pelo bilionário Elon Musk nesta segunda-feira, 25. O movimento foi acompanhado pelo próprio presidente, que compartilhou uma publicação em que o sul-africano defendeu a “liberdade de expressão” na plataforma.
“Espero que mesmo os meus piores críticos continuem no Twitter, porque isso é o que liberdade de expressão significa”, escreveu Musk, em tuíte compartilhado por Bolsonaro. Como o Estadão mostrou, o novo acionista do Twitter defende uma rede com menos restrições e pautada na liberdade de publicação de ideias pelos usuários.
Na prática, a aquisição de Musk pode alterar as regras de controle de desinformação da plataforma. Hoje o Twitter coíbe, por exemplo, a propagação de informações enganosas sobre a covid-19 ou publicações que manipulam ou interfiram no processo eleitoral.
Na rede social, a deputada federal Bia Kicis (PL) disse que a compra do Twitter é um “importante passo na luta pelas liberdades”. “Os globalistas estão em cólicas”, escreveu. Carlos Jordy, colega de bancada da deputada, afirmou que a “liberdade não tem preço” e pediu o retorno do ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, à plataforma. Trump teve sua conta suspensa no Twitter sob a acusação de que ele incitou a violência que levou aos tumultos no Capitólio em 6 de janeiro.
O ministro das Comunicações, Fábio Faria, parabenizou Musk e disse que ele “faz um gesto ao mundo e em defesa da liberdade”.
O assessor especial da Presidência para Assuntos Internacionais, Filipe Martins, também fez alusão à “liberdade” defendida por Musk. Em publicação na rede social, afirmou que o bilionário “concedeu indulto ao Twitter”, em referência ao perdão conferido em decreto por Bolsonaro ao deputado federal Daniel Silveira (PTB), condenado a oito anos e nove meses de prisão pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
Procurada, a assessoria do Twitter não informou, até a publicação desta reportagem, se há alterações previstas nas políticas da plataforma após a aquisição por Musk.