O ministro das Comunicações, Fábio Faria (PSD), abriu mão de sua candidatura ao Senado pelo Rio Grande do Norte em favor do ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho (PL). No anúncio, feito nesta terça-feira, 22, em entrevista coletiva, ele disse que quer finalizar a implantação da tecnologia 5G no País.
“Hoje venho aqui compartilhar com vocês que eu permanecerei ministro das Comunicações. Não serei pré-candidato ao Senado Federal, apesar de estar no meu melhor momento nas pesquisas, 90% de todas as pesquisas do Estado me colocam muito bem posicionado”, disse Faria.
O ministro afirmou ter conversado com Marinho sobre a decisão. No Twitter, o titular do Desenvolvimento Regional comentou o acordo. “Agradeço ao Min. das Comunicações, meu amigo dep. fed. @fabiofaria, pelo desprendimento e generoso gesto. Fábio abriu mão da pré-candidatura ao Senado, pelo nosso RN, em prol de um projeto em que juntos vamos levar adiante a mudança necessária na política do estado”, escreveu Marinho na rede social.
De acordo com Faria, o presidente Jair Bolsonaro (PL) não interferiu em sua decisão. “Óbvio que ele ficou (satisfeito). Dois ministros estavam disputando o mesmo cargo. Ele até falou, aventou outras possibilidades e eu falei ‘não, presidente, quero cumprir minha missão'”, disse o ministro, ao mencionar as ações para implantar no País a rede 5G.
“Nós fizemos o leilão, mas o 5G só vai estar nas 27 capitais em julho. E eu tinha muita vontade de visitar essas 27 capitais e apertar o botão, ligando o 5G”, justificou o titular das Comunicações.
No último dia 9, Faria já havia sinalizado que poderia deixar a disputa pelo Senado em favor de Marinho. Em Jardim de Piranhas (RN), durante cerimônia para marcar a chegada das águas do São Francisco ao Estado, ele havia afirmado que a prioridade dos dois era reeleger Bolsonaro em outubro.
“Em nome de projeto para o Estado, só vai sair um (candidato a senador)”, disse, na ocasião. “Quem achou que ia ter briga entre nós dois, vai quebrar a cara. Nos próximos dias, a gente vai conversar e se entender”, acrescentou.
No último dia 3, Bolsonaro disse que 11 ministros devem deixar o governo para disputar as eleições de outubro. Segundo o chefe do Executivo, a dança das cadeiras está prevista para 31 de março. Pelo calendário eleitoral, o prazo para que ministros abandonem seus postos para viabilizar candidaturas é 2 de abril.