A entrada de Jair Bolsonaro no PL, marcada para o próximo dia 22, já começou a provocar problemas para a montagem de palanques com aliados do presidente. Em São Paulo, maior colégio eleitoral do País, o PL apoiará a candidatura do vice-governador Rodrigo Garcia (PSDB) ao Palácio dos Bandeirantes, embora Bolsonaro quisesse que seu novo partido lançasse o ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, à sucessão de João Doria.
A equação política para esse impasse não está fechada. Uma das alternativas cogitadas agora pela cúpula do PL é lançar Tarcísio como candidato ao Senado por Goiás. Mesmo assim, em conversas reservadas, bolsonaristas avaliam que costurar um acordo com Garcia equivale a ajudar Doria, ferrenho adversário do presidente, e tentam barrar esse acerto. Se o apoio do PL à candidatura de Garcia for mantido, deputados federais de São Paulo aliados de Bolsonaro já avaliam a possibilidade de não entrar no novo partido do presidente.
O presidente do PL, Valdemar Costa Neto, avisou a Bolsonaro ter dado a palavra a Doria de que vai aderir à campanha de Garcia. O PL integra o Centrão, tem indicações no governo de São Paulo na área de infraestrutura e comanda estruturas como o Departamento de Águas e Energia Elétrica (DAEE) e o Departamento de Estradas de Rodagem (DER).
TARCÍSIO. Não é apenas a aliança com Doria que complica a situação do PL com Bolsonaro no Estado. Costa Neto também vê com reserva o nome de Tarcísio. Motivo: o ministro da Infraestrutura demitiu pessoas ligadas ao PL. Durante anos, a área de transportes foi feudo do partido chefiado por Costa Neto, condenado e preso no escândalo do mensalão.
As divergências, porém, não se resumem a São Paulo. O PL e Bolsonaro têm obstáculos a superar no Estados do Piauí e Alagoas – onde o partido de Costa Neto deve apoiar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) – e no Amazonas, onde o vice-presidente da Câmara, Marcelo Ramos é adversário de Bolsonaro e ameaça sair do PL.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.