A indicação do irmão do ministro da Infraestrutura, Marcelo Sampaio, a uma cadeira na Agência Nacional de Águas e Saneamento (ANA) gerou um debate na sabatina promovida nesta quarta-feira, 6, pela Comissão de Meio Ambiente do Senado. Filipe de Mello Sampaio Cunha foi indicado pelo presidente Jair Bolsonaro para ocupar a vaga deixada com o fim do mandato de Oscar de Moraes Cordeiro Netto na ANA.
A questão foi levantada pelo presidente da comissão, Jaques Wagner (PT-BA), que questionou o fato ao relator da indicação, o senador Eduardo Gomes (PL-TO), líder do governo no Congresso. “Não estou opinando, até porque o voto é secreto. Mas fiz questão de pontuar para preservar os colegas. E registro que ele (Sampaio Cunha) não sonegou a informação quando esteve comigo”, afirmou Wagner.
Senadores presentes na sabatina, no entanto, afirmaram não ver problemas na ligação entre o indicado e o ministro da Infraestrutura. Um dos argumentos apontados foi de que Sampaio Cunha foi indicado para a vaga na diretoria da ANA no fim do ano passado, antes de Marcelo Sampaio tomar posse como ministro da Infraestrutura. À época, o ministro era secretário-executivo da pasta.
O senador Jean Paul Prates (PT-RN) foi um dos parlamentares que não viu a relação familiar como um impeditivo para Sampaio Cunha ser indicado. “Me parece que o senhor tem uma carreira independente de seu irmão. E o fato de ele estar ministro hoje não deve eventualmente precludir, dificultar que você tenha acesso a uma questão que você já estava indicado. Eu não vejo problemas nisso”, afirmou Prates.
Segundo o relatório de Gomes, Filipe de Mello Sampaio Cunha possui especializações em Gestão Pública e em Gestão das Águas e Sustentabilidade dos Recursos Hídricos no Brasil pela Faculdade Unyleya, finalizada em 2021. Analista de Gestão Pública do Ministério Público da União (MPU), o indicado hoje é Gerente de Projetos na Assessoria Especial de Relações Institucionais do Gabinete do Ministro da Economia, desde agosto de 2020.