O pré-candidato ao Governo do Estado de São Paulo Tarcísio de Freitas (Republicanos) afirmou nesta quinta-feira que, apesar de ter nascido no Rio de Janeiro, se considera “muito paulista em termos de atitude, em termos de estar inserido na cultura de São Paulo”. A declaração foi dada durante sabatina realizada pelo Uol/Folha. Como mostrou o Estadão/Broadcast, Tarcísio já sofre pressão dos adversários por vir de fora de São Paulo para concorrer ao governo do Estado.
Questionado sobre as críticas dos oponentes, Tarcísio ironizou: “Ainda bem que estão falando disso, que é só isso que tem para falar, que acho que é uma coisa irrelevante dentro do contexto e da história paulista”.
Ao justificar seu elo com o Estado paulista, o pré-candidato disse que construiu sua história em São Paulo e iniciou, inclusive, sua trajetória profissional em Campinas, no interior do Estado. “Morei aqui, comecei minha trajetória profissional aqui, em Campinas, tenho família morando aqui em São José dos Campos. Conheço o Estado, tenho me aprofundado nas questões do Estado”, disse aos jornalistas. “Temos capacidade de transformar este estado na grande locomotiva do Brasil”, completou.
Tensão com o PL
Tarcísio de Freitas minimizou desentendimentos com o PL, partido do presidente Jair Bolsonaro, e disse que a vaga de vice na chapa estadual será destinada à legenda. “Mantidas as condições de hoje, o vice será do PL, o PL está no palanque”, disse durante a sabatina. “O que pode mudar esse cenário? Eventualmente a entrada de uma outra força dentro desse nosso projeto”, ponderou.
Questionado sobre sua ida para o Republicanos, o pré-candidato explicou que “é uma questão de construção política” e negou mal-estar com entre ele e o PL. “Naquele momento, havia um distanciamento do Republicanos com o presidente da República e a gente entendia que o Republicanos era uma força relevante para fazer parte desta coalizão nacional”, disse. “Essa ida para o Republicanos tem muito mais a ver com essa construção de ponte, do que propriamente qualquer resistência ao PL”, completou.
Vacinação contra a covid-19
O pré-candidato também afirmou na sabatina ter discordado do presidente Jair Bolsonaro em relação à vacinação contra a covid-19. “Eu discordava, por exemplo, de uma determinada posição com relação à vacina. Eu me vacinei, vacinei minha família e achava que estava fazendo a coisa certa”, disse ele. “Eu discordava da linha da narrativa. Eu acho que a gente tomou a atitude correta e fez a narrativa errada”, completou.
No entanto, apesar da discordância em relação à vacina, Tarcísio disse aprender com Bolsonaro. “O presidente tem seu estilo muito próprio, que fez dele um fenômeno político inquestionável (…). Não tenho os mesmos dons que o presidente. Não tenho a mesma aptidão política do presidente, eu não sou um fenômeno como o presidente é. Eu tenho que aprender com ele as coisas boas”, disse.
Motociata
Tarcísio de Freitas afirmou, ainda, que a motociata “Acelera com Cristo”, da qual participou juntamente com o presidente Jair Bolsonaro durante o feriado da Semana Santa, não é ato político, mas “ato espontâneo”.
Com a realização da motociata, a Rodovia dos Bandeirantes, uma das principais ligações de São Paulo com o interior do Estado, teve a pista sentido interior interditada. O ato custou R$ 1,2 milhão de reais para o cofre do Estado devido ao reforço no policiamento.
Questionado sobre o dispêndio para realização de “ato político”, Tarcísio respondeu que era ato espontâneo. “Presidente da República não promoveu, ele foi convidado”. De acordo com o pré-candidato, o evento tinha cunho religioso em comemoração à uma data importante no calendário cristão. ‘Acho que é uma coisa absolutamente normal”, disse.