No primeiro dia de lockdown em Ribeirão Preto, Rodrigo Stabeli, diretor da Fiocruz, analisou as medidas anunciadas como forma de combate mais rígido ao novo coronavírus e ressaltou que os próximos cinco dias podem servir de preparo para a população.
Isso porque, de acordo com o especialista, o período determinado pela Prefeitura Municipal não deve ser suficiente para conter as estatísticas e desafogar os hospitais que atendem prioritariamente casos de covid-19.
“É importante que a gente incentive as pessoas nos próximos dias, avalie a pressão hospitalar e faça com que todos entendam que os países que aderiram a esse sistema na Europa se recuperaram melhor, tanto no ponto de vista econômico quanto da Saúde. Portanto, eu considero que esses cinco dias devem ser apenas de preparo”, ressaltou.
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Ele explica, ainda, que 120 horas não são compatíveis com a transmissibilidade de um vírus que tem o poder de duplicar as infecções em até 14 dias. Prova disso, além do continente europeu, é a cidade de Araraquara.
Também citado por Stabeli como exemplo, o município localizado a aproximadamente 100 km de Ribeirão Preto conseguiu diminuir quase 50% da taxa de contaminação pelo novo coronavírus após decretar 10 dias de lockdown – o dobro determinado por Duarte Nogueira.
Além disso, a média móvel diária de casos caiu em torno de 43% e a quantidade de internações em 28%. Os dados foram divulgados pela Secretaria da Saúde de Araraquara.
“As restrições devem ser um ato coletivo. Do contrário, a situação das UTIs [Unidade de Terapia Intensiva] só vai piorar e quem precisar de vagas, seja nas redes pública ou particular, não terá acesso”, finaliza o diretor da Fiocruz. Nesta quarta-feira (17), o índice de ocupação dos leitos é de 93,95%.