Pensando nisso, a nutricionista reuniu os principais mitos e verdades sobre a alimentação, explicando cada um deles.
Jejum intermitente emagrece?
Segundo a coordenadora, ficar de jejum até pode ajudar a emagrecer. No entanto, ela ressalta que estudos comprovam que restringir o consumo alimentar a uma refeição ao dia pode comprometer a saúde do paciente.
"Realizar apenas uma refeição por dia exclui a possibilidade de colocar em prática dois dos principais pilares da nutrição: a variedade e o equilíbrio. Um período longo sem alimentação pode ocasionar fome em excesso, falta de energia, dor de cabeça, sensação de frio, constipação, falta de concentração e mau humor", explica.
Além disso, quem passa muito tempo em jejum, geralmente, tende a procurar por alimentos mais calóricos.
"Essa privação energética prolongada faz com que o indivíduo tenda a escolher alimentos com elevada densidade energética, o que ocasiona uma dieta com qualidade inferior quando comparada à de indivíduos que seguem a restrição calórica contínua acompanhada por um nutricionista", afirma.
Dieta sem glúten emagrece?
O glúten é uma fração proteica presente no trigo, no centeio e na cevada. Devido à capacidade de formar uma massa elástica e viscosa, que depois de assada promove uma textura e um sabor agradável, ele é amplamente utilizado na panificação.
Para muitas pessoas, o glúten é o grande vilão das dietas. No entanto, a nutricionista ressalta que os verdadeiros criminosos são o excesso de amido na alimentação e consumo exagerado de alimentos gordurosos e industrializados.
"Segundo o Conselho Regional de Nutrição, a recomendação indiscriminada para restrição ao consumo de glúten não encontra, atualmente, respaldo na ciência e está em desacordo com o Consenso Brasileiro sobre Alergia Alimentar. A restrição do consumo de glúten deve ser destinada apenas aos pacientes com diagnóstico clínico confirmado de doença celíaca ou de alergia", diz.
Para perder peso é preciso comer a cada três horas?
Patricia explica que o ideal é realizar as três principais refeições, que são café da manhã, almoço e jantar, e intercalar as outras horas do dia com pequenos lanches saudáveis a fim de manter a glicemia em níveis adequados.
"Os lanches intermediários fazem com que o indivíduo não vá com tanta fome para a refeição seguinte, prevenindo exageros. Dessa forma, estará respeitando o seu organismo e tendo uma perda de peso natural e saudável", comenta.
Reeducação alimentar e dietas rigorosas surtem o mesmo efeito?
De acordo com a nutricionista, a reeducação alimentar implica na avaliação nutricional do paciente, considerando todas as suas necessidades diárias. A partir dessa análise, é desenvolvida uma dieta personalizada de acordo com o seu perfil físico e metabólico e que considera suas atividades diárias.
"A reeducação alimentar requer uma adaptação por parte do paciente, mas nada que envolva sofrimento como relatos de fome, situação descrita por quem se submete a dietas rigorosas", explica.
Por sua vez, as dietas mais restritivas ofertam índices calóricos abaixo da taxa metabólica basal - quantidade de energia que o corpo gasta para manter as funções vitais do organismo. Desse modo, o paciente estará ingerindo menos calorias do que o corpo precisa para se manter vivo, prejudicando o seu metabolismo.
"O corpo como forma de defesa sofre uma adaptação metabólica, desacelera o metabolismo, deixando-o mais lento. É exatamente aqui que podemos dizer que você não irá emagrecer, pois quanto maior a desaceleração metabólica, mais difícil será a perda de peso", afirma.
O metabolismo lento pode atrapalhar a perda de peso?
Patricia ressalta que a pratica de atividade física regular é fundamental para quem deseja perder peso. Isso porque, quanto mais o indivíduo se movimentar, mais ativo estará o seu metabolismo.
"É necessário procurar um nutricionista para identificar se realmente o seu metabolismo está lento. Assim, o profissional irá elaborar um cardápio adequado às suas necessidades a fim de ofertar níveis calóricos adequados ao corpo. Além disso, é importante tornar a rotina de vida mais ativa. Pratique atividades físicas, utilize a escada, ande a pé e menos de carro. Essas são pequenas atitudes que irão fazer uma grande diferença", finaliza.