Posso contar uma intimidade caseira, leitores? É um assunto prosaico, ou seja, do dia a dia. E ele não é só prosaico, mas doméstico. Vão vendo onde é que eu vou parar hoje, neste domingo de eleições. E, por falar em eleições, há tempos fui eleito o melhor lavador de pratos aqui de casa!
Eu e minha digníssima fizemos um bem-bolado. Ela cozinha – e cozinha divinamente, que até o Marravilhaaa e a Rita Lobo já estão em negociações para levá-la pra TV. E o bem-bolado é o seguinte: ela cozinha e euzinho lavo os pratos, panelas e os talheres. Daí eu dissertar hoje sobre a milenar arte de lavar louça.
Gente do céu, depois do café da manhã, eu deixo a cozinha intacta, bonitinha, arrumadinha, asseadinha, perfumadinha e, dali a pouco, o que acontece? Vem o tal do almoço. Comida tipo Maxim´s de Paris, sem dúvida, mas… mas… mas… olhem para a pia comigo, por favor! O que vocês veem? Sim, sim, os pratos me olhando com carinha de “e aí, mano, vamos nessa?” As panelas começam a entrar em complô com garfos e colheres, já marcando um panelaço mastermegaplus se eu demorar mais um tikim para me levantar. Querem ver? (bota som de panelaço nesta crônica, editoria!) plém plém plém… plém… plém… Não falei?
Enquanto eu arrumo a cozinha, leitores pacientes, leitoras compenetradas, fico pensando em uma rebelião aqui: “e se eu me revoltasse e não arrumasse a cozinha?” O que aconteceria? A pia ficaria intransitável, não é mesmo?
Agora, façamos um corte na narrativa e vamos pensar na nossa vidinha? Pense comigo nas decisões que tivemos que tomar pela vida afora, que tinha que ser naquela hora, sem deixar para depois. Caramba, até me emocionei agora, galera! Foram tantas decisões que não dava para adiar, né?
Fica aí esta reflexão, queridos leitores! A vida é que nem lavar louça. Não dá para empurrar com a barriga. Aliás, o certo é encostar a barriga na pia e meter a mão na massa. Bora?