A Polícia Civil indiciou nesta quinta-feira (16) o dono da empresa Real Life, Sebastião Abreu, por homicídio culposo – quando não há intenção de matar – de nove bombeiros civis no desmoronamento na gruta Duas Bocas, em outubro, na cidade de Altinópolis.
O delegado Rodrigo Salvino Patto, responsável pelo inquérito, disse que Abreu não deveria ter permitido o curso na gruta por causa das condições climáticas da região no dia do treinamento. Segundo ele, o inquérito já foi entregue ao Ministério Público.
Procurado, o advogado do empresário, Wesley Rodrigues, disse que o cliente ainda não foi comunicado sobre o indiciamento.
Laudos periciais
Em novembro, a Polícia Civil disse que não havia visto interferência humana no desabamento do teto gruta pois os laudos periciais elaborados pela Polícia Cientifica apontavam que o acidente ocorreu em razão da característica da rocha e da perda estabilização de suas estruturas.
O problema também foi apontado em um laudo assinado por membros da Defesa Civil, especialistas e geólogos do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) e do Instituto de Pesquisas Ambientais (IPA).
“A Polícia Civil do Estado de São Paulo ainda pelos depoimentos prestados pelos sobreviventes entende que o fato ocorreu em razão de evento da natureza, em caso fortuito [que acontece por acaso], não havendo no que se falar em responsabilidade criminal. Há que se salientar que isso não afasta a responsabilidade civil da empresa, ou seja, a obrigação dela de reparar o dano causado direta ou indiretamente a todas às famílias das vitimas desse trágico acidente”, disse à época o delegado Salvino.