Ribeirão Preto não está mais representada na elite do ciclismo nacional e do exterior. Segundo o diretor do time profissional, Danilo Terra, as saídas de diversos patrocinadores inviabilizaram a continuidade do projeto em meio à pandemia.
Após se profissionalizar em 2005, a equipe ribeirão-pretana faturou cinco títulos do ranking brasileiro de estrada, o que a fez ser, nos últimos anos, uma das principais delegações do país.
Sem a perspectiva de grandes investimentos, a direção resolveu liberar os atletas e comissão técnica no início de 2021, já que estavam sem competir desde o último mês de novembro.
“Não conseguimos a tempo fechar uma parceria para retomar nessa temporada. Em um ano com pandemia, ficou ainda mais difícil. Infelizmente, não tivemos outra saída”, explicou Terra em entrevista ao ACidade ON.
Em fevereiro, o Ciclismo de Ribeirão anunciou o fim de contrato com o patrocinador máster que estava há 20 anos apoiando o time. Para o seu lugar, chegou o Grupo Imediato.
Mesmo assim, a equipe não tem previsão para retornar às atividades da elite, principalmente num cenário com poucas competições durante a pandemia. “No momento, não temos nenhuma perspectiva”, afirmou o diretor.
Foco na base
Apoiando-se na parceira com o novo patrocinador, o Ciclismo de Ribeirão Preto tem dedicado as suas ações apenas às categorias de base. Atualmente, as delegações feminina e masculina são formadas por 15 ciclistas de 12 a 18 anos. Na última semana, a equipe realizou uma seletiva para adolescentes.
“Com a pandemia e a dificuldade na realização de provas e também para conseguir patrocínios, resolvemos focar os investimentos nas categorias de base, com o objetivo de revelar novos ciclistas para o país. Ribeirão Preto é um celeiro de atletas para a seleção brasileira”, declarou Terra.
A base tem como técnico Thiago Nardin, ex-ciclista profissional que faturou 12 títulos brasileiros e defendeu a seleção por oito anos.
Trajetória
Também ex-atleta da modalidade, Danilo Terra fundou a Equipe de Ciclismo de Ribeirão Preto em 1995, ainda de forma amadora. Dez anos depois, o time começou a disputar competições na elite. A profissionalização veio através da Lei de Incentivo ao Esporte.
Com mais investimentos, a equipe passou a colher melhores resultados e, em 2012, chegou ao primeiro título brasileiro. Posteriormente, o feito também se repetiria nas temporadas de 2013, 2017, 2018 e 2019.