A influenciadora Laís Oliveira, de Ribeirão Preto, é apontada pelo Ministério Público de Alagoas como peça central de um esquema criminoso envolvendo apostas ilegais que movimentou R$ 33,7 milhões.
As investigações apontam que a organização lucrava com rifas e sorteios manipulados. O ex-policial militar Kleverton Pinheiro de Oliveira, de 40 anos, mais conhecido como Kel Ferreti, é apontado como o responsável pela quadrilha.
Áudios obtidos pelo Fantástico, da TV Globo/EPTV, e exibidos no último domingo (6), revelam que a influenciadora, além de divulgar os sorteios nas redes sociais, participava do controle da venda dos bilhetes.
O grupo vendia números que prometiam prêmios de milhares de reais, mas eram reservados e só liberados mediante autorização.

Em outro áudio, a influenciadora de Ribeirão Preto aparece classificando o esquema como uma “estratégia”. Dessa forma, segundo as informações, o grupo conseguia lucrar milhões de reais.
Escolhe um número. Eu vou falar que esse bilhete vai valer 30 mil hoje, até meia-noite. Meu público é um público pobre. Um bilhete de 10k [mil] saindo hoje, todo mundo vai querer achar os outros dois, entendeu? Estratégia, bebê. Só que os outros dois vão ficar bloqueados até amanhã.
Laís Oliveira, em áudio divulgado
Ainda de acordo com as investigações, além das rifas ilegais, o influenciador Kel Ferreti também comercializava cursos não regulamentados que ensinavam a lucrar em jogos digitais. Para o MP, o estilo de vida do acusado é classificado como “fruto de esquema criminoso”.

Influenciadora teria recebido R$ 1 milhão
De acordo com o Ministério Público, entre janeiro e abril de 2024, Laís recebeu R$ 1 milhão de uma empresa de Kel Ferreti. Nesse mesmo período, o marido dela, o influenciador Eduardo Veloso, recebeu cerca de R$ 456 mil.
Laís Oliveira tem 5 milhões de seguidores em uma rede social e foi presa no ano passado com o marido, durante uma abordagem da Polícia Militar do Ceará (PMCE), após um mandado de prisão expedido pelo Tribunal de Justiça de Alagoas. Os dois foram soltos em dezembro de 2024.

Kel também foi preso em dezembro de 2024, durante a Operação Trapaça, em Alagoas, que apreendeu joias, celulares e R$ 20 mil em espécie. O acusado foi expulso da PM em 2023 após filmar e divulgar o próprio voto nas eleições de 2022.
Conforme a reportagem exibida pelo Fantástico, ele também foi denunciado por um caso de estupro, que teria acontecido em junho do ano passado, mas só se tornou público após sua prisão – a vítima do estupro seria umas das apostadoras enganadas.
Preso por envolvimento em jogos ilegais, Kel também foi condenado por estupro. Inicialmente, ele deveria cumprir 10 anos em regime fechado, mas, em agosto deste ano, a Justiça autorizou sua saída da prisão e reduziu a pena para 8 anos, devido a falta de presídios semiabertos em Alagoas.

Rifa virtual
Na época em que o caso veio a público, uma moradora de Ribeirão Preto afirmou ter sido enganada ao comprar uma rifa virtual promovida pela influenciadora Laís Oliveira.
Em entrevista à EPTV, a mulher que não quis ter a identidade revelada, contou que seguia Laís nas redes sociais e foi informada pela própria influenciadora de que havia ganhado R$ 15 mil em um sorteio online. A vítima, no entanto, afirma que nunca recebeu o prêmio.
Ela dizia que estava vendendo a rifa para ajudar os seguidores a mudar de vida. A minha maior preocupação é com quantas famílias mais foram iludidas e tiveram suas imagens usadas?
Ela ainda disse que comprou uma cota da rifa no valor de R$ 9,90, que dava direito a vários números. O sorteio foi realizado em junho de 2023.
Segundo a mulher, Laís pediu os dados do Pix para o depósito, mas o dinheiro não foi enviado. Na sequência, Laís enviou um áudio afirmando que havia acontecido um erro.
Ela fala ‘ocorreu um erro aqui, a pessoa que verificou os números foi uma pessoa burra, ela errou nos números e você não é a ganhadora dos R$ 15 mil. O número da cota não é a sua, mas como forma de desculpa, estamos enviando um Pix de mil reais como pedido de desculpa por toda a ocasião’
O outro lado
Em nota, a defesa de Laís Oliveira e de Eduardo Oliveira nega as acusações e afirma que não teve acesso aos áudios citados na reportagem. Os advogados do casal alegam também que eles atuam como influenciadores digitais com participação restrita em prestação de serviços de publicidade.
A defesa do ex-policial militar Kel Ferreti disse que ele não é dono de nenhuma plataforma de apostas e que sua atuação se limita a divulgação e publicidade.
*Com informações do Fantástico/ TV Globo/ EPTV
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