O bombeiro Antônio Carlos Gonzaga Coelho finalmente conseguiu reencontrar a filha após quase dois anos de espera. Em agosto de 2020, a Justiça alegou conduta de alienação parental por parte da mãe, Rubia Scrócaro e determinou que a criança passasse a morar com o pai, em Cravinhos.
A decisão da Vara da Família do Fórum de Curitiba, onde Rubia e a filha moravam, nunca foi cumprida. Nesta quarta-feira (25), a menina de sete anos foi entregue ao pai. Ela foi localizado pela Polícia em Goiânia (GO) após uma denúncia anônima e estava em um abrigo do Conselho Tutelar.
“Eu me sinto realizado. Foi uma luta que eu caí bastante, tive diversas dificuldades e muitos falaram para mim: Deixa de lado, quando sua filha crescer ela vai querer saber quem que é o pai, vai procurar. Mas minha filha é pequena, vou perder a infância inteira. Então, toda essa batalha, essa luta que eu tive foi para fortalecer e, de certa maneira, incentivar os pais a não desistirem de seus filhos”, disse em entrevista à EPTV.
Paradas em blitz
No mês passado, Rubia Scrócaro e a filha foram paradas em uma blitz da Polícia Rodoviária Federal, em Anápolis (GO). Durante a checagem, os agentes identificaram o processo, no qual havia um mandado de busca e apreensão para ser cumprido de imediato.
A menina foi deixada no Conselho Tutelar da cidade, mas a mãe acabou fugindo com ela novamente. Câmeras de segurança flagraram o momento em que as duas deixaram o local. Gonzaga recebeu a notícia quando chegou ao Conselho, enquanto aguardava os trâmites judiciais para a liberação da filha.
Na última quarta, no entanto, Carlos pôs fim ao sofrimento. “Quando eu vi ela eu fiquei muito emocionado, mas em um primeiro momento ela estava um pouco relutante, séria, na dela. Depois mostrei fotos e vídeos dos momentos, perguntando se ela lembrava. Ela disse que lembrava, falando da família, da priminha dela, das amiguinhas. Ela começou a dar risada e a gente começou a interagir mais”, conta Gonzaga.
Fuga cinematográfica
O advogado Alexandre Durante, que defende o pai, disse que a Justiça já foi informado sobre a localização da menina e que caberá ao juiz determinar as regras para as visitas da mãe. “O que o juiz determinar vai ser cumprido. Estamos aguardando, mas uma coisa que não tem lógica é a visita não ser assistida sabendo da possibilidade de ela pegar a criança e fugir”, adianta.
Nos últimos anos, Rubia e filha estiveram em vários lugares, informou a investigação. Ela [Rúbia] foi identificada através de radares, passando por Brasília, tomou multa em Goiânia em novembro do ano passado e foi tomar vacina em Maringá. Há um mês, em Anápolis, foi encontrada, mas conseguiu fugir.
“Se não tivesse sido criado todo esse histórico dela de fuga para que a menina não ficasse com o pai e o histórico anterior que levou o pai a buscar a Justiça, porque ela vinha dificultando todo esse acesso dele à criança, a situação não teria chegado ao ponto que chegou,de ter que se discutir na Justiça”, explica Durante.
O melhor para a filha
Mesmo com o histórico de alienação parental por parte de Rúbia, Carlos disse que não pretende de forma alguma impedir as visitas da mãe. A partir de agora, ele quer resgatar o tempo perdido e demonstrar todo o carinho e amor que o fez lutar até o fim para ter a filha de volta aos seus braços.
“Todo esforço foi para ter o convívio com a minha filha. Jamais eu quis, em algum momento, tirar o convívio com a mãe. Não vou querer fazer a mesma coisa que ela estava fazendo, de afastar, jamais. Filho é o pai e a mãe, uma coisa que é para sempre, eterno. E, se puder ter um bom convívio, vai ser assim, que é o bem da minha filha que está envolvido. Não é só o meu bem, o bem da mãe. A prioridade é o bem da minha filha”, conclui.
Outro lado
Procurada, a defesa de Rubia Scrócaro não se posicionou. Caso haja retorno, a reportagem será atualizada. (Com EPTV)