A Polícia Civil de Ribeirão Preto prendeu nesta quarta-feira (10) seis homens suspeitos de integrar uma quadrilha de roubo de caminhões e cargas que atuava na região. Outras quatro pessoas não foram encontradas e passam a ser consideradas foragidas.
Foram expedidos dez mandados de prisão preventiva e outros dez de busca e apreensão em Ribeirão, Serrana e Cravinhos.
Três armas e também bebidas, como refrigerantes e cervejas, foram apreendidas com os suspeitos, além de três caminhões recuperados no decorrer das investigações, que tiveram início há três meses.
Entre os presos está Edson Bezerra, o Tico, apontado pela polícia como o líder da quadrilha. Ele foi encontrado em uma casa na rua Itamaracá, no Ipiranga, zona Norte de Ribeirão.
Também foram presos o empresário Magno Fernandez Iozzi, Elivelton Alves Floriano, Jaime Rogério Serafim Gonçalves, Thiago Barbosa Guimarães e Enilson Sebastião de Paula.
"Eles tinham uma logística criminosa bem elaborada. Tinham os que executavam os roubos e o que ficava longe do local do assalto, que depois ia lá e tentava desligar o sistema de rastreamento do veículo. Após isso, o motorista da quadrilha pegava esse veículo e levava para um local determinado", disse o delegado da DIG (Delegacia de Investigações Gerais) César Augusto de França.
Ele exemplificou que se ocorresse a prisão do motorista com o veículo, ele seria considerado um receptador e poderia pagar fiança e responder em liberdade.

O intelectual
O empresário Magno Fernandez Iozzi é apontado pela polícia por adulterar os sinais de identificação dos veículos roubados.
Ele foi encontrado em um sítio no distrito de Bonfim Paulista, onde foi apreendida uma das armas.
"Ele é um dos mentores intelectuais da quadrilha. Fomentava os roubos e acabou ficando com um dos veículos que foi vendido para um receptador final", declarou o delegado.
Segundo França, a polícia apurou que a adulteração ocorreria em uma empresa.
"Eles adulteravam o chassi e, depois, emplacavam esses veículos legalmente. Tinham o documento do veículo e o chassi para ser implantado. Dois dos quadrilheiros saíam a campo na região para procurar o veículo certo para ser roubado", explicou.
O grupo, que foi monitorado por meio de escutas telefônicas autorizadas pela Justiça durante a investigação, é suspeito de cometer um roubo em Altinópolis em agosto e outro em Santa Rosa de Viterbo, em setembro. Há indícios ainda de outros oito roubos.
Todos os presos devem ser levados para a cadeia de Santa Rosa de Viterbo e devem cumprir prisão preventiva de 30 dias.
A Polícia Civil explicou que a operação foi denominada de Curupira, um personagem do folclore, protetor das matas, após a constatação de que as vítimas eram levadas para matagais, onde ficavam em poder de integrantes do grupo.
Outro lado
O advogado José Augusto Ferraz, que defende o empresário Magno Fernandez Iozzi, disse que o seu cliente nega participação no esquema criminoso e que, por consequência, declara ser inocente.
"Vamos ainda analisar as interceptações telefônicas da polícia, mas ele está à disposição da Justiça", ressaltou.
ACidade ON não localizou os advogados dos outros presos.
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