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Ribeirão PretoCotidianoRibeirão Preto tem 1,3% da população diagnosticada com autismo; Veja detalhes

Ribeirão Preto tem 1,3% da população diagnosticada com autismo; Veja detalhes

Censo 2022, divulgado na sexta-feria (23), identificou 8.738 pessoas com diagnóstico de transtorno do espectro autista (TEA) em Ribeirão Preto

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O Censo Demográfico 2022 identificou 8.738 pessoas com diagnóstico de transtorno do espectro autista (TEA) em Ribeirão Preto – veja mais detalhes abaixo.

Os dados foram divulgados na última sexta-feira (23), pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), junto com informações sobre a proporção de brasileiros com algum tipo de deficiência.

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O número divulgado equivale a 1,3% da população ribeirão-pretana. Vale dizer que essa é a primeira vez que o órgão traz informações sobre o autismo no Brasil – onde 2,4 milhões de pessoas declararam ter recebido diagnóstico de TEA.

De acordo com Milena de Andrade, psicóloga e psicopedagoga especialista em análise do comportamento aplicada, o número pode representar uma maior conscientização sobre o transtorno.

O aumento no número de diagnósticos de TEA tem muito a ver com a maior conscientização sobre o transtorno, que vem crescendo bastante nos últimos anos — inclusive com a ajuda de movimentos nas redes sociais. As pessoas estão mais informadas, e isso faz com que fiquem mais atentas aos sinais e sintomas, o que facilita a busca por ajuda

Milena de Andrade

Ainda de acordo com a especialista, a evolução dos critérios para diagnóstico, melhor acesso ao serviço de saúde e o entendimento sobre o espectro, ajudam a explicar o crescimento nas notificações. “Também é importante destacar o papel da formação contínua de profissionais da saúde e da educação, além das campanhas informativas, que têm sido fundamentais para que os casos sejam identificados cada vez mais cedo.”

➡️ Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), pessoas com espectro autista “caracterizam-se por algum grau de dificuldade de interação social e comunicação”. Outras características incluem padrões atípicos de atividades e comportamentos, como dificuldade de transição de uma atividade para outra, foco em detalhes e reações incomuns a sensações.

Dados em Ribeirão Preto

Olhando para o recorte de gênero, os homens de Ribeirão Preto são a maioria entre aqueles que declaram ser uma pessoa com autismo. Segundo os dados do IBGE, são 4.753 pessoas do sexo masculino contra 3.985 do sexo feminino.

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Em relação à idade, pessoas entre 35 e 39 anos são aquelas que possuem mais diagnósticos. Crianças de 10 a 14 anos aparecem na sequência, seguido de jovens entre 25 e 29 anos. “A concentração de diagnósticos na faixa etária de 10 a 14 anos pode estar muito relacionada ao maior acesso à informação que temos hoje […] Por outro lado, os diagnósticos entre adultos, especialmente na faixa dos 35 a 39 anos, mostram que muita gente só está sendo identificada agora, porque lá atrás faltava conhecimento e acesso ao diagnóstico.”

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Para Andrade, a maior prevalência de diagnósticos entre pessoas do sexo masculino é algo observado em todo o mundo.

Existem evidências de que fatores biológicos, como questões genéticas e hormonais, influenciam bastante, mas não dá pra ignorar o papel dos fatores sociais. Muitas vezes, as meninas apresentam sintomas mais sutis ou aprendem a “camuflar” esses sinais no dia a dia, o que acaba dificultando o diagnóstico e, em muitos casos, atrasando esse processo.

Milena de Andrade

Os dados do IBGE também trouxeram informações sobre a cor e raça das pessoas. Segundo o documento, brancos são maioria com 5.727 diagnósticos. Em seguida estão pessoas que se autodeclararam pardas (2.390), pretas (571) e amarelas (51) – não há dados sobre indígenas.

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Essa diferença nos diagnósticos pode, sim, refletir desigualdades no acesso à saúde e ao cuidado. Existem vários fatores que influenciam isso, como questões socioeconômicas, culturais e até mesmo a falta de visibilidade de certos grupos. Pessoas negras, indígenas e de outras etnias, por exemplo, acabam tendo menos acesso ao diagnóstico, o que leva a uma subnotificação dos casos. Para que a gente consiga oferecer um cuidado mais justo, é importante olhar para essas realidades e considerar as particularidades de cada grupo. Também é fundamental ampliar os serviços de saúde em regiões mais afastadas ou com menos recursos.

Milena de Andrade

A divulgação completa do “Censo Demográfico 2022: Pessoas com Deficiência e Pessoas Diagnosticadas com Transtorno do Espectro Autista – Resultados preliminares da amostra” pode ser conferida clicando aqui.

Pessoas com autismo no Brasil

O Censo Demográfico 2022 identificou 2,4 milhões de pessoas com diagnóstico de transtorno do espectro autista (TEA), o que corresponde a 1,2% da população brasileira. De acordo com a especialista, o percentual de pessoas diagnosticadas com TEA em Ribeirão Preto está bem alinhado com a média nacional.

“Com essas informações mais concretas, fica muito mais fácil direcionar recursos, criar programas específicos e pensar ações que realmente atendam essa população. Isso só foi possível graças à Lei nº 13.861, de 2019, que tornou obrigatória a coleta desses dados”, disse à reportagem.

Vale dizer que a maior proporção de diagnósticos no Brasil foi observada na faixa etária de 5 a 9 anos, com 2,6% das crianças identificadas com TEA. Em termos regionais, contudo, as variações não foram grandes.


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Vítor Neves
Vítor Neves
Graduado em jornalismo pelo Centro Universitário Estácio de Ribeirão Preto, atuou como assessor de imprensa, coordenador de podcast e produtor de conteúdo. Foi estagiário da EPTV, afiliada da TV Globo, e auxiliou em grandes coberturas, como pandemia de Covid-19 e eleições. Repórter do acidade on desde 2023.

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