O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) informou que agosto deste ano foi o mês com mais queimadas dos últimos 11 anos no estado de São Paulo. Segundo o Instituto, foram registrados 2.277 focos de incêndios no período.
A estação ecológica Santa Maria, em Simão Simão, a cerca de 50 quilômetros de Ribeirão Preto, foi uma das áreas atingidas pelo fogo. O local conta com áreas protegidas e voltadas para pesquisas científicas e de preservação.
Em seis dias, o incêndio do mês passado atingiu 2.200 hectares – o equivalente a 3 mil campos de futebol e a 98% da reserva. A situação ameaça todo o ecossistema existente na região, explica Maicon Porto, auxiliar administrativo da Fundação Floresta.
“Na questão das pesquisas cientificas, na questão da conservação ambiental é horrível, é uma situação lastimável por conta dessas áreas que são áreas de transição, áreas de reprodução da fauna, de alimentação [dos animais]”.
Ameaça ao animais
Além do fogo ser uma ameaça ao bioma, também pode matar os animais das mais variadas espécies, inclusive ameaçados em extinção como o tamanduá bandeira e a onça parda. Em alguns casos, eles são mortos à medida em que tentam fugir do fogo e acabam sendo atropelados na pista. (Veja foto abaixo)
“Os animais sofrem muito porque ao se descolarem de uma área do incêndio para a outra, acabam sendo atropelados. É alto o índice de atropelamento, cerca de 300 animais atropelados em 5 meses de trabalho aqui, de levantamento na área”, disse o biólogo Antônio Bordignon.
“A educação ambiental seria um trabalho prioritário no momento, porque você explica para as pessoas a importância de dirigir com cautela em estradas, que contam com essas unidades de conservação, para que todos juntos colaborem para a preservação do meio ambiente”, conclui Bordignon. (Com EPTV)