Alguns postos de Ribeirão Preto já subiram o valor do combustíveis em até R$ 50 centavos. A expectativa era de que o aumento só ocorresse após a virada do ano, com o provável fim da Medida Provisória (MP), que isenta os combustíveis da cobrança dos impostos PIS/COFINS e CIDE.
O Núcleo Postos RP, grupo setorial que reúne 85 revendedores da cidade,informou em nota, que desde esta quinta-feira (29), a grande maioria das distribuidoras que fornecem combustíveis aos postos revendedores da cidade estão informando que não que tem combustíveis para entregar.
Segundo o Núcleo, a alegação é de que não há estoque e que somente terá os produtos disponíveis a partir de 1º de janeiro de 2023 (domingo), portanto, após a possível revogação da MP que reduzia impostos sobre o etanol, gasolina e diesel.
Ainda de acordo com o Núcleo, a medida das distribuidoras de não entregar combustíveis até a virada do ano, ocorre em uma época de aumento da demanda às vésperas do Ano Novo e para o período de férias em que muitos também saem para viajar.
“A grande procura com estoque reduzido nos postos está provocando um aumento imediato dos preços, na bomba, até para evitar um eventual desabastecimento”, complementa.O grupo lamentou a condutora das distribuidoras e disse que já acionou o Procon-RP para averiguar a situação.
VEJA TAMBÉM
Com atrasos, túnel em Ribeirão chega a 50% das obras concluídas
Veja o que abre e o que fecha no feriado de Ano Novo em Ribeirão Preto
Perspectivas
O Núcleo também faz uma projeção para os preços dos combustíveis em Ribeirão Preto, a partir do ano que vem, caso a MP seja revogada.A estimativa é de que a gasolina suba 0,6869 R$/litro; o etanol + 0,2418 R$/litro e o diesel 0,3312 R$/litro.
Há ainda o risco de aumentos mais expressivos, se o novo governador eleito Tarcísio de Freitas decidir aumenta a alíquota do ICMS (imposto estadual), reduzida no atual governo, para frear os aumentos sucessivos do combustível, em ação conjunta com o Governo Federal.
O que diz a ANP
Procurada, a ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis), disse que os preços dos combustíveis são livres no Brasil, por lei, desde 2002. São fixados pelo mercado. Não há preços máximos, mínimos, tabelamento, nem necessidade de autorização da ANP, nem de nenhum órgão público para que os preços sejam reajustados ao consumidor.
Disse ainda que não tem nenhuma participação na formação dos preços e não controla os valores cobrados. Os reajustes são feitos pelo mercado, pelos agentes que nele atuam, como as refinarias (em sua maioria, da Petrobras), usinas, distribuidoras e postos de combustíveis.
Por fim, declara que, semanalmente, para orientar o consumidor, uma pesquisa de preços que mostra os valores cobrados pelos postos, atualizada às sextas-feiras por volta das 18h e pode ser consultada no site [clique aqui].