O cafezinho de todos os dias está um pouco mais amargo para o consumidor. Segundo um levantamento da Associação Paulista de Supermercados (APAS) o preço do pacote de meio quilo subiu 28,54% nos últimos 12 meses. “Eu pagava 9 reais, hoje está 14 , 15 ou 16. Aumentou muito. Tem que tomar, mas tomar menos”, diz o comerciante Paulo César Nunes.
O diretor regional da APAS Ribeirão, Rodrigo Canesin, explica que os supermercados atualizam os preços conforme seus estoques. “Os supermercados utilizaram até o momento os estoques antigos que tinham disponíveis para atender o consumidor num preço menor, só que estamos tendo que repor esses estoques e está vindo já com aumento de custo”, explica.
No campo
O produto mais caro na prateleira do supermercado é reflexo dos impactos no campo. O longo período sem chuva e as geadas que atingiram sobretudo a região de Franca, derrubaram a produtividade das lavouras.
Um levantamento da USP aponta que a saca do café aumentou neste ano cerca de 130% em relação ao mesmo período do ano passado. A saca era comercializada a R$ 538,00 e atualmente está no patamar de R$ 1.200.
“Essa planta ela não consegue entregar para nós na fazenda a produtividade que era almejada, então com todos os tratos culturais, com todo manejo, a planta necessita desses requisitos e sem isso a produção fica lá em baixo”, disse o produtor Gustavo Leonel, que tem uma fazenda na região de Franca.
VEJA TAMBÉM – Etanol x gasolina: Veja qual combustível vale mais a pena
Outras questões também têm impacto direto no preço do café e, inclusive, podem acarretar em mais aumentos nos próximos meses que são os combustíveis e energia elétrica.
“Nós estamos com trabalho extenso de maquinário e isso consome combustível. Fora isso, tudo que entra e saí da fazenda, necessita de transporte, não tem como falar em produtividade sem transporte. Como vai escoar essa mercadoria para o mundo inteiro? Como isso vai chegar no consumidor final? Energia eletrica – toda essa área irrigada, necessita de energia elétrica e os custos são altíssimos”, explica Leonel. (Com EPTV)
