O novo aumento nos preços do diesel e da gasolina comercializados nas refinarias da Petrobras já impactam no bolso dos motoristas de Ribeirão Preto.
O reajuste válido a partir desta terça-feira (26) em todo o país, eleva em cerca de R$ 0,20 o preço do litro da gasolina e R$ 0,30 do diesel.
Automaticamente, o etanol também fica mais caro. Em alguns postos, o litro do biocombustível está perto de R$ 4,99, mais do que o dobro do valor praticado há um ano.
O representante do Núcleo Postos de Ribeirão Preto, Fernando Roca, afirma que nesta segunda, os postos revendedores tiveram dificuldade de comprar combustíveis. O motivo é que as distribuidoras teriam segurado o produto para garantir a venda com o preço atualizado.
“A distribuidora repassa imediatamente. Se o posto tem estoque, ele consegue segurar um ou dois dias no máximo. Se não tiver estoque vai praticar novo preço com reajuste”, explica Roca.
O que está ruim, pode piorar!
O representante da entidade que reúne 85 postos de Ribeirão, admite que os aumentos não devem parar. Segundo ele isso acontece em razão da alta do petróleo no mercado internacional e também da variação cambial na moeda brasileira que vem se desvalorizando a cada dia.
Além disso, Roca afirma que a demanda pelos combustíveis vem subindo muito. “Nós estamos saindo das normas de restrição de confinamento, e a população começa a sair mais com seu automóvel, transporte público, então essa demanda foi registrada pela Petrobras”, disse.
“As distribuidoras fizeram uma reserva de compra com a Petrobras para esse mês de novembro e dezembro, no entanto a Petrobras verificou que não vai conseguir atender. Para controlar essa demanda, nós temos uma lei muito simples do mercado de oferta e procura. Ela [Petrobras] aumenta o preço e consegue diminuir um pouco sua venda”, disse.
Apesar da possibilidade dessa manobra, para não faltar o produto no mercado, Roca também disse que as distribuidoras estão liberadas para fazerem compras no mercado externo, ou seja, ainda há possibilidade de as distribuidoras importarem combustíveis e pegarem em dólar, custo que será repassado ao consumidor.
Mas afinal, o que o Etanol tem a ver com essa história?
Segundo Roca, o aumento da gasolina e do diesel reflete diretamente no mercado de etanol, uma vez que o transporte do combustível é feito por caminhões que são movidos a diesel.
Ele também lembra que o país está em uma fase crítica de produção do álcool pelas usinas. “A previsão é de que o período de entressafra este ano vai ser um pouco maior como de costume, ou seja, estamos tendo um período de menos safra de etanol. Infelizmente, o reflexo são os aumentos consecutivos”, explica.
Pensando na questão mercadológica, as usinas ainda podem direcionar sua produção ao açúcar, ao invés de etanol, caso o produto esteja mais rentável. ” Evidentemente ele vai virar a “chave” da usina para produzir mais açúcar, então ainda temos esse problema”, enfatiza Roca. (Com CBN Ribeirão)