
Aos 71 anos, o ex-goleiro Antônio Carlos Milano, o popular Tomires, guarda muitas histórias da época em que foi jogador de futebol, nas temporadas 60 e 70. Uma delas é o fato de nunca ter usado luvas, como a maioria dos atletas da posição. Segundo ele, o estilo diferente começou por uma questão de costume. “As luvas da época eram feitas de camurça, o que limitava os meus movimentos. Então sempre optei por jogar sem elas”, explica.
Funcionário do Comercial há 39 anos, Tomires conta que para substituir as tradicionais luvas costumava usar táticas não muito comuns. “Para facilitar minha vida durante os jogos, além de colocar esparadrapos nos punhos, eu passava sebo na bola e parafina nas mãos”, relembra o ex-atleta comercialino.
Durante as duas passagens pelo Leão do Norte, Tomires afirma ter tido grandes companheiros, como Piter e Paulo Bin. Porém, de um ele faz questão de lembrar e contar algumas histórias: o ex-goleiro e técnico Emerson Leão.
“Sempre, depois dos treinamentos, ele [Leão], dizia para eu me cuidar porque queria minha vaga, já que foi meu reserva. No fim, acabou acontecendo”, diz. Tomires conclui sua carreira em um esporte que muitos jogadores abandonam logo que iniciam nos gramados. “Depois da minha segunda passagem pelo Comercial, acabei indo para o futsal”.
TOMIRES CONTRA O ‘SANTOS DE PELÉ’
Como jogador profissional, Tomires diz ter tido muitas partidas marcantes. Mas, uma não lhe sai da cabeça: o encontro com a equipe que é considerada por muitos a melhor da história do futebol, o “Santos de Pelé”. Foi um jogo na Vila Belmiro, apitado por Arnaldo Cezar Coelho. “O time deles era fantástico. Naquele jogo, perdemos de 5 a 1 [gols de Pelé, Edu, Toninho Guerreiro, Carlos Alberto Torres e Douglas]; para o nosso time, quem marcou foi o Paulo Bin”, recorda Tomires.