O Conselho Deliberativo do Botafogo Futebol Clube decidiu, na noite desta terça-feira (30), expulsar o ex-presidente Gerson Engracia Garcia do quadro de conselheiros. Na reunião, no Estádio Santa Cruz, a Assembleia de Sócios também votou por uma ação indenizatória contra “Gersinho”.
O ex-presidente é acusado de gestão temerária por contrato assinado durante a criação da empresa Botafogo S/A, que atualmente gere o futebol da equipe e explora o uso do estádio Santa Cruz.
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A primeira decisão foi tomada justamente por causa da celebração do acordo. Na segunda, que prevê indenização a Gerson, os conselheiros alegam que alguns trechos do contrato não foram apreciados pelo corpo jurídico.
A Assembleia, presidida pelo sócio e conselheiro Renê Abad, terminou com um placar de 21 votos a 4 a favor da ação indenizatória. Já a outra decisão, que teve como presidente José Hermenegildo de Martin, teve 42 dos 45 votos válidos para a expulsão de Engracia.
Com isso, o ex-presidente deverá ser retirado do quadro de conselheiros e não poderá assumir mais nenhum cargo no Botafogo.
Defesa se pronuncia
Gerson Engracia Garcia foi defendido pelos advogados Eduardo Silveira Martins e Luiz Eugênio Scarpino. De acordo com Martins, o cliente teve o direito de defesa garantido. No entanto, os advogados pretendem rever as ações utilizando como base a decisão da Justiça de junho do ano passado.
Na ocasião, a 6ª Vara Cível de Ribeirão Preto negou ação que pedia a paralisação da Botafogo S/A. Martins interpreta que, na ação, o próprio Conselho teria defendido os atos de Garcia durante a celebração do acordo com a S/A.
“A gente gostaria de ressaltar que a Assembleia transcorreu num clima de lisura, foi garantido o direito de defesa, mas nós continuamos questionando a injustiça, porque entendemos que não há justa causa para expulsão do Gerson. O estatuto do Botafogo prevê o direito de recurso, embora ele seja omisso, mas é possível entender que, da decisão do Conselho Deliberativo, cabe um recurso para a Assembleia Geral. Embora não conste isso explicitamente. Estamos estudando se nós entraremos com um recurso administrativo ou se iremos à Justiça”, disse o advogado.
“O Botafogo Futebol Clube, na ação movida contra o Botafogo S/A, ele foi à Justiça e defendeu Gerson Engracia Garcia. Essa foi a própria do Botafogo Futebol Clube. Então, nós vamos continuar questionando a falta de justa causa para a expulsão do Gerson”, completou.
Garcia assumiu a presidência do Botafogo em 2015. Ele deixou o cargo em abril de 2019, quando já estava no segundo mandato.